Corte no Seguro Rural: O Governo Não Ajuda, Ele Atrapalha

Por Maycon Tombini
Mais uma vez, o governo federal dá prova de que não entende a importância do campo para o país. O Ministério da Agricultura acaba de confirmar o contingenciamento de R$ 445,1 milhões do orçamento do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) para 2025. Resultado? O produtor rural, que depende desse seguro para garantir a safra e sobreviver às incertezas do clima e do mercado, fica novamente refém de uma política instável e sem compromisso.
A justificativa do governo? Cumprir as metas fiscais. Mas por que sempre às custas de quem trabalha para alimentar o país? Por que não cortar o desperdício, o excesso de cargos e os privilégios no alto escalão? Por que não começar por quem não produz e não gera receita para a economia? Não. A opção parece sempre a mesma: tirar de quem planta e cria.
Apesar do secretário de Política Agrícola, Guilherme Campos, dizer que o cenário “deve ser temporário” e prometer trabalhar para reverter o bloqueio, a realidade é clara: quem planta e arrisca não pode esperar por promessas vazias. O seguro rural não é benefício ou privilégio, é uma ferramenta necessária para garantir a continuidade da produção e a sustentabilidade do campo.
De nada adianta anunciar a alocação de R$ 368,5 milhões para as contratações de apólices de agosto quando, antes mesmo da safra começar, quase meio bilhão em recursos são cortados do setor. Não adianta tentar convencer com remanejamento para culturas específicas enquanto todas as demais continuam vulneráveis e inseguras.
É hora de o governo entender que não dá para prejudicar quem alimenta e sustenta este país. O campo não pode continuar sendo moeda de troca para tapar buracos fiscais ou justificar uma gestão pública ineficaz e inchada. Queremos menos promessas e mais compromisso. Porque quem trabalha para produzir não pode continuar refém de quem não entende o que é produzir.