Com área ampliada, produção de soja deve alcançar 177,6 milhões de toneladas, projeta Conab

O primeiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2025/26 projeta que a produção brasileira de soja deve atingir 177,6 milhões de toneladas, impulsionada pela expansão da área cultivada, que deve chegar a 49,1 milhões de hectares — 3,6% a mais do que no ciclo anterior. O resultado reforça o protagonismo do Brasil como maior produtor e exportador mundial da oleaginosa.

De acordo com o relatório, a colheita deve superar as 171,5 milhões de toneladas registradas na safra passada, acompanhando o crescimento da área plantada. O avanço das chuvas no Centro-Sul em setembro favoreceu o início do plantio, que já atingia 11,1% da área prevista nos primeiros dias de outubro — ligeiramente acima do mesmo período de 2024/25 (9,1%).

A Conab, no entanto, alerta para possíveis oscilações de preços internacionais, caso Estados Unidos ou Argentina obtenham produtividades acima do esperado, ampliando a oferta global e pressionando as cotações da commodity.

Exportações e mercado interno

No cenário externo, o Brasil deve manter a liderança mundial nas exportações de soja, com previsão de embarques que podem ultrapassar 112,1 milhões de toneladas, segundo estimativas da Conab.

No mercado interno, o crescimento da demanda por biodiesel e proteína vegetal impulsiona o esmagamento da soja, com previsão de que o volume processado atinja 59,56 milhões de toneladas em 2026. A política de mistura obrigatória de biocombustíveis (biossoma) e o fortalecimento do mercado de óleo vegetal são apontados como fatores decisivos para sustentar o consumo doméstico.

Impacto regional e integração com outras cadeias

O avanço da soja também se reflete na competitividade regional. Mato Grosso e Paraná lideram o plantio, com 18,9% e 31% da área já semeada, respectivamente, nos primeiros dias de outubro. No Rio Grande do Sul, a recuperação da produtividade pode gerar ganhos expressivos, especialmente em áreas com solos mais férteis e clima favorável.

Além disso, a expansão da soja fortalece a integração com cadeias produtivas como suinocultura, avicultura e produção de rações, setores que dependem intensamente do farelo da oleaginosa.

Com área em crescimento e condições climáticas favoráveis, o Brasil consolida sua posição como referência mundial na produção agrícola, ampliando sua relevância tanto no comércio exterior quanto no abastecimento interno.

Redação Pec&AgrBr

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