Mercado de feijão segue firme e preços atingem os maiores níveis desde abril
O mercado de feijão encerrou a última semana em alta, refletindo um cenário de estoques reduzidos e maior demanda por lotes de melhor qualidade. De acordo com o Indicador Cepea/CNA, os preços do feijão preto e do carioca dispararam em diferentes regiões do Brasil, impulsionados também pela retração de vendedores, que optaram por manter parte da produção estocada, aguardando novas valorizações.
Feijão preto
O destaque ficou por conta do feijão preto tipo 1. Em Curitiba (PR), a saca de 60 quilos avançou de R$ 148,53 para R$ 163,82, alta de 10,29%. Na Metade Sul do Paraná, o movimento foi ainda mais expressivo, com valorização de 13,83%, encerrando a R$ 150,86 por saca.
Feijão carioca – notas 9 ou superior
Após reposições de estoques pelas indústrias nas semanas anteriores, compradores atuaram com cautela, avaliando os custos no atacado e no varejo. Já os produtores, diante da escassez de lotes de qualidade, mantêm parte do grão estocado em câmaras frias.
Entre os dias 18 e 25 de setembro, os preços voltaram aos maiores níveis desde maio e junho. Em Itapeva (SP), a saca subiu 0,76%, a R$ 279,54. No Centro/Noroeste Goiano, houve alta de 3,32%, para R$ 253,09. Já em Belo Horizonte (MG), a valorização foi de 6,03%, com a saca atingindo R$ 263,75.
Feijão carioca – notas 8 e 8,5
Os lotes mais recentes, de coloração 8,5, foram os mais procurados em mercados exigentes, com preços firmes. No Noroeste de Minas, a saca avançou 8,41% e atingiu R$ 237,93, maior nível em cerca de um ano. Em Itapeva (SP), os valores ficaram estáveis em R$ 240,73, mas seguem no maior patamar desde abril. Já na Metade Sul do Paraná, houve recuo de 6,73%, para R$ 197,86, revertendo parte das altas anteriores.
Produção da nova safra
Segundo o assessor técnico da CNA, Tiago Pereira, a semeadura da 1ª safra 2025/2026 já está em andamento e deve alcançar 998,6 mil toneladas, queda de 6% em relação à temporada passada. O recuo reflete tanto a redução de área cultivada quanto de produtividade.
Para as 2ª e 3ª safras, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta crescimento, podendo elevar a produção total do ciclo a 3,1 milhões de toneladas — ligeira alta de 0,8% em comparação com 2024/2025. “Esse cenário reforça a importância de acompanhar de perto o avanço da safra, já que oscilações de clima e produtividade podem alterar o equilíbrio entre oferta e preços”, pontuou Pereira.

