Trump adia tarifas para o Brasil e outros países; mercados globais reagem com queda

Após prometer reiteradamente que o dia 1º de agosto marcaria o início do chamado tarifaço, o governo dos Estados Unidos voltou atrás e adiou por mais uma semana a entrada em vigor das novas tarifas recíprocas. Em decreto assinado nesta quinta-feira (31), o presidente Donald Trump definiu que as alíquotas reajustadas passarão a valer no próximo dia 7 de agosto, quinta-feira.

O documento estabelece tarifas variando de 10% a 41% para dezenas de países. O Brasil foi incluído com uma alíquota recíproca de 10%, que será acrescida em 40 pontos percentuais, conforme já havia sido anunciado por Trump, totalizando uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros.

A nova medida é uma atualização das tarifas originalmente divulgadas em 2 de abril, data que o republicano classificou como o “Dia da Libertação” no contexto da política comercial norte-americana. Posteriormente, em 9 de abril, o governo norte-americano decretou uma pausa de 90 dias nas medidas, com o objetivo de negociar com seus principais parceiros comerciais.

O período foi marcado por tensões com a China, mudanças frequentes nas tarifas aplicadas ao México e ao Canadá, lentidão nas negociações com Japão e União Europeia, além de ameaças diretas a países considerados adversários da política americana.

Apesar de ter sinalizado que as tarifas voltariam com força total no início de julho, o governo dos EUA voltou a postergar a implementação, indicando avanços em algumas tratativas. No entanto, a instabilidade provocada pela guerra comercial segue afetando os mercados globais.

Na Ásia, os principais índices acionários operaram em queda na noite de quinta-feira, horário de Brasília. O Nikkei 225, do Japão, recuou 0,43%, enquanto o sul-coreano Kospi registrou queda de 1,08%. Em Hong Kong, o índice Hang Seng caiu 0,12%; já o SSE Composite Index, de Xangai, teve retração de 0,08%. Em Taiwan, o mercado abriu com queda superior a 1%.

Na Europa, as ações atingiram a mínima de três semanas nesta sexta-feira (1º), refletindo as preocupações dos investidores quanto ao impacto das tarifas norte-americanas. O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu quase 1% por volta das 04h20 (horário de Brasília), acumulando sua terceira sessão consecutiva de perdas e encerrando a semana no vermelho.

A queda das ações da Novo Nordisk, que recuaram 4,2% após um alerta de lucro e uma carta enviada por Trump a grandes farmacêuticas pedindo redução dos preços de medicamentos, impactou diretamente o setor de saúde europeu, que teve retração de 1,3%. A Sanofi também registrou queda de 1%.

O DAX, principal índice da bolsa alemã, recuou 1,1%, enquanto o OMXC, da Dinamarca, caiu 2,8%, atingindo a mínima em quase dois anos. No cenário oposto, a italiana Campari liderou os ganhos no Stoxx 600, com alta de 8,6% após divulgar aumento no lucro operacional do segundo trimestre. A IAG, controladora da British Airways, também subiu 2,1%, impulsionada por fortes resultados trimestrais nas rotas transatlânticas.

O mercado segue atento às movimentações de Trump e ao possível impacto duradouro das tarifas na economia global. A nova data de início das alíquotas, em 7 de agosto, é agora o próximo marco de uma guerra comercial que já provocou volatilidade em diversas regiões do planeta.

Redação Pec&AgrBr

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