Tarifaço de Trump isenta petróleo, suco de laranja e aviões; carne e café serão taxados

A ordem executiva assinada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta terça-feira (30), oficializou a imposição de uma tarifa adicional de 40% sobre produtos originários do Brasil, elevando a taxação total a 50%. A medida, que causou forte reação no mercado, inclui um anexo com produtos isentos da cobrança, como petróleo cru, suco de laranja, aviões e suas partes, celulose e alguns plásticos. No entanto, carne bovina, café e pescados não escaparam da tributação, mesmo após forte lobby de setores do agronegócio brasileiro nas últimas semanas.

O petróleo cru, responsável por 14,4% das exportações brasileiras para os EUA em 2024, foi um dos principais itens excluídos da lista de taxação, ao lado de aeronaves e derivados. Com isso, as ações da Embraer e da Suzano, exportadoras de aviões e celulose, respectivamente, registraram alta na bolsa de valores durante o pregão da tarde.

A medida vem acompanhada de um forte teor político. No texto da ordem executiva, Trump declara “emergência nacional” para lidar com o que classifica como “ameaça incomum e extraordinária” representada pelo governo brasileiro. Entre as alegações estão o enfraquecimento da liberdade de expressão, perseguição a opositores políticos e ameaças à segurança nacional e econômica dos EUA.

Apesar de a ordem entrar em vigor sete dias após a assinatura, ela prevê uma exceção: mercadorias que já estiverem em trânsito antes do início da vigência poderão ser desembarcadas até o dia 5 de outubro sem sofrer a nova taxação. A medida oferece um alívio temporário para exportadores que já haviam embarcado produtos antes do anúncio.

A nova política tarifária será implementada pelo Departamento do Tesouro, em coordenação com os Departamentos de Estado e Comércio, e o Representante de Comércio dos EUA. Agências federais norte-americanas também foram instruídas a garantir o cumprimento da ordem.

O impacto do tarifaço sobre os setores agroexportadores brasileiros, especialmente carne e café, deve ser monitorado nas próximas semanas, enquanto o governo brasileiro ainda não emitiu nota oficial sobre a decisão dos Estados Unidos.

Redação Pec&AgrBr

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