Fábrica de ração suspeita de causar morte de cavalos tem nova suspensão na produção, informa Mapa

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) atualizou, nesta quarta-feira (24), para 284 o número de cavalos mortos após o consumo de rações produzidas pela empresa Nutratta Nutrição Animal Ltda, sediada em Itumbiara (GO). A pasta também informou a revogação da decisão judicial que havia permitido a retomada parcial da produção, com exceção das rações destinadas a equinos.

Com a revogação, volta a valer a suspensão cautelar integral, que proíbe a fabricação de rações para todas as espécies animais, até que a empresa comprove ao Mapa a correção das irregularidades identificadas durante a fiscalização.

As investigações apontam que a contaminação dos produtos ocorreu devido a falhas no controle de matéria-prima, especificamente com a presença de plantas do gênero Crotalaria, que contêm a substância monocrotalina, um alcaloide pirrolizidínico altamente tóxico. Essa substância é proibida na formulação de rações e pode causar danos graves ao fígado dos animais, além de alterações celulares.

Segundo nota do Mapa, todas as propriedades inspecionadas tinham em comum o consumo das rações da Nutratta por parte dos animais que adoeceram ou morreram. Equinos que não ingeriram os produtos permaneceram saudáveis, mesmo em contato direto com os demais.

A empresa divulgou nota afirmando que atua com responsabilidade e cautela, e que desde os primeiros relatos de anormalidades vem colaborando integralmente com as investigações, além de revisar seus protocolos de segurança. A Nutratta também reforçou que não há evidências de contaminação nas rações destinadas à bovinocultura e ressaltou seu histórico de mais de 13 anos de atuação no setor de nutrição animal.

O caso começou a ser investigado em maio deste ano, após denúncias recebidas pelo canal Fala.BR. Equipes do Mapa fizeram inspeções na unidade da empresa entre os dias 2 e 4 de junho, constatando falhas nos processos de produção e controle de qualidade.

No dia 25 de junho, análises laboratoriais confirmaram a presença de monocrotalina. Desde então, a Nutratta passou a ser alvo de processo administrativo, e os lotes contaminados vêm sendo recolhidos em todo o país.

O Ministério da Agricultura informou que segue com as apurações, coletando novas amostras de rações e matérias-primas, e manterá a sociedade informada à medida que os resultados forem concluídos. A prioridade, segundo a pasta, é garantir a segurança alimentar animal e evitar novas perdas no setor equestre brasileiro.

Redação Pec&AgrBr

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