Tarifa de Trump sobre carne brasileira afeta frigoríficos em MS e Goiás

A decisão do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa adicional de 50% sobre produtos agropecuários brasileiros já provoca impactos diretos na economia de estados exportadores, como Mato Grosso do Sul e Goiás. Em Mato Grosso do Sul, quatro frigoríficos suspenderam temporariamente suas atividades voltadas à produção de carne bovina destinada ao mercado norte-americano.
A informação foi confirmada nesta terça-feira (15) pelo secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck. Ele classificou a situação como preocupante, destacando que a medida norte-americana interfere diretamente na competitividade do produto brasileiro.
Segundo Verruck, os frigoríficos afetados operavam com foco nas exigências e padrões de qualidade exigidos pelos Estados Unidos, e a nova tarifa torna inviável economicamente a continuidade das exportações. “O impacto é imediato. Com o custo adicional de 50%, o produto brasileiro perde competitividade frente a outros mercados exportadores de carne, como Austrália e Argentina”, afirmou.
Em Goiás, onde a cadeia da carne bovina também representa parcela significativa das exportações, empresários do setor avaliam os possíveis desdobramentos da medida. Embora ainda não haja paralisações oficialmente registradas, há preocupação com o efeito dominó que a decisão dos EUA pode desencadear em frigoríficos e produtores locais.
A tarifa foi anunciada como parte da nova política de Trump voltada à proteção da produção interna dos Estados Unidos, num esforço para fortalecer a indústria agropecuária local em meio à retomada de seu mandato.
Representantes do agronegócio brasileiro e autoridades governamentais estudam alternativas para mitigar os efeitos da medida, incluindo a diversificação de mercados e negociações diplomáticas. A expectativa é de que o tema ganhe espaço nas tratativas comerciais entre os dois países nas próximas semanas.