A instabilidade no fornecimento de energia elétrica tem se tornado um desafio recorrente para quem vive da produção agropecuária no interior do Brasil. Um novo episódio registrado em Jataí (GO) trouxe à tona a precariedade da infraestrutura energética no campo, revelando prejuízos diretos e insegurança para os produtores. A denúncia foi apurada pelo Portal Panorama e repercute entre representantes do setor.

Segundo a publicação, produtores da região da Fazenda Ariranha ficaram mais de três dias consecutivos sem energia elétrica, afetando diretamente a rotina de trabalho e a manutenção de atividades essenciais, como o funcionamento de bombas, cercas elétricas, refrigeração e, especialmente, granjas de aves.

Um dos mais prejudicados foi o avicultor Francisco Antônio de Moraes Lima, que precisou acionar um gerador a diesel para manter a produção ativa e evitar perdas maiores. O equipamento operou por mais de 72 horas ininterruptamente, gerando custos elevados com combustível e manutenção. O protocolo da ocorrência foi registrado na Equatorial Goiás sob o número 439542678, vinculado à unidade consumidora 290232934.

“Trabalhar no campo já exige muito planejamento, mas sem energia, tudo para. É inadmissível a gente ter que depender de gerador para tocar uma granja”, desabafou o produtor à reportagem do Panorama.

O caso reacende uma discussão antiga no setor: a desigualdade no atendimento entre áreas urbanas e rurais no que diz respeito à qualidade da infraestrutura energética. O histórico da propriedade mostra que essa não é a primeira vez que falhas prolongadas ocorrem. Em 2023, segundo o produtor, a unidade ficou mais de 15 dias sem energia, forçando a judicialização do caso.

A zona rural da região, marcada pela forte presença de propriedades voltadas à agricultura e à avicultura, tem enfrentado oscilações frequentes e longas interrupções no fornecimento. A situação tem causado preocupação entre os produtores, que alertam para os riscos de perdas produtivas e financeiras, além de prejuízos à saúde animal e à segurança alimentar.

O Portal Panorama, que acompanha a situação de perto, informou que já solicitou um posicionamento oficial da Equatorial Goiás sobre os recorrentes problemas na Fazenda Ariranha e demais áreas rurais próximas. Até o momento, a concessionária não se manifestou.

Enquanto isso, o produtor segue dependendo de soluções emergenciais para manter sua produção, enquanto cobra respeito e infraestrutura digna para quem sustenta a base do agronegócio brasileiro.

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