Cenário de excesso de oferta e demanda tímida trava mercado da soja

O mercado da soja no Brasil vem apresentando sinais de desaceleração, resultado da combinação entre os altos preços praticados pelos produtores e a retração na demanda dos compradores. A avaliação é do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), que aponta também a influência de fatores externos, como a queda nos prêmios de exportação e no mercado internacional, o que compromete a paridade de exportação da oleaginosa.
Segundo o Cepea, o cenário atual é marcado por uma oferta recorde nacional e pelo aumento da disponibilidade do grão na Argentina, o que pressiona ainda mais os preços e limita a atratividade das negociações para os compradores.
Ainda assim, os produtores mantêm a atenção voltada à performance positiva das exportações. Em abril, o Brasil exportou 15,27 milhões de toneladas de soja, um avanço de 4,2% tanto em relação a março deste ano quanto ao mesmo mês de 2024, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Esse volume representa o terceiro maior já registrado, ficando atrás apenas de junho de 2023 (15,58 milhões de toneladas) e de abril de 2021 (16,11 milhões de toneladas), o que reforça a expectativa de melhora na demanda externa nos próximos meses.
Dessa forma, mesmo com o ritmo de comercialização mais lento no curto prazo, o mercado da soja segue atento ao comportamento da exportação e à dinâmica internacional do setor agrícola.