Por Maycon Tombini

Na terça-feira, 6 de maio, a sociedade brasileira viveu um momento histórico — e não exatamente positivo. Esse dia se tornou um símbolo da desilusão com os políticos que foram eleitos para nos representar. Em uma votação realizada em caráter de urgência, houve a aprovação do aumento do número de deputados federais de 513 para 531.

Sempre manifestei minha contrariedade a essa medida, pois o que o povo brasileiro realmente precisa não é de mais políticos, mas de políticos mais sérios. Precisamos de representantes que olhem para o povo e defendam seus interesses, e não aqueles que priorizam suas próprias agendas.

Embora o aumento de 18 deputados possa parecer “pouco”, seu impacto nos cofres públicos é significativo. Estima-se que essa mudança acarretará um custo adicional de cerca de R$ 63 milhões por ano, o que poderia se traduzir na construção de aproximadamente 400 casas populares anualmente! Isso mesmo: 400 casas, ou quase uma por dia. Além disso, esse valor poderia ser investido em medicamentos, leitos hospitalares, profissionais de saúde, educação e segurança — áreas que tanto necessitam de melhorias em nosso país.

É importante lembrar que essa alteração na composição da câmara dos deputados também impacta as assembleias estaduais, conforme determina a Constituição. Por exemplo, em Goiás, o número de deputados federais passará de 17 para 18, o que pode levar a um aumento de deputados estaduais de 41 para 42. Ao todo, poderíamos ver um aumento de 18 deputados estaduais em todo o Brasil. Mais uma vez, isso representa um tapa na cara da sociedade.

Esse cenário se desenrolou após o STF, em agosto de 2023, reconhecer a necessidade de revisar a distribuição de cadeiras na câmara, acatando uma ação do governo do Pará. Essa ação apontava a omissão do Legislativo em atualizar o número de deputados de acordo com as mudanças populacionais, conforme previsto na Constituição. Contudo, ao invés de equalizar as cadeiras — onde alguns estados perderiam e outros ganhariam —, a urgência da votação para aumentar o número de deputados revela a busca por manter as “mamatas” no poder.

É um reflexo claro de que estamos mal representados. Contudo, é importante destacar que, dos 513 deputados, pelo menos 207 se mostraram favoráveis ao povo brasileiro e não participaram dessa patifaria.

Vejamos como votaram os deputados de Goiás:

A favor do aumento de vagas e do aumento dos gastos públicos:
– Adriano do Baldy (PP)
– Célio Silveira (MDB)
– Flávia Moraes (PDT)
– Glaustim da Fokus (Podemos)
– Jeferson Rodrigues (Republicanos)
– José Nelton (UB)
– Leda Borges (PSD)
– Marussa Boldrin (MDB)

Contra o aumento de vagas:
– Daniel Agrobom (PL)
– Delegada Adriana Accorsi (PT)
– Dr. Ismael Alexandrino (PSD)
– Gustavo Gayer (PL)
– Magda Mofato (PRD)
– Professor Alcides (PL)
– Silvye Alves (UB)

Ausentes:
– Dr. Zacarias Callil (UB)
– Rubens Otoni (PT)