Inflação ultrapassa meta do Banco Central e atinge 5,55% em 2025

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – índice considerado a inflação oficial do Brasil – foi ajustada de 5,57% para 5,55% em 2025, segundo o Boletim Focus, pesquisa semanal realizada pelo Banco Central (BC). A estimativa, que foi divulgada nesta segunda-feira (28), está acima do teto da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, ou seja, entre 1,5% e 4,5%.

A projeção de inflação para os anos seguintes também foi ajustada. Para 2026, a estimativa passou de 4,5% para 4,51%, enquanto as previsões para 2027 e 2028 são de 4% e 3,78%, respectivamente.

Em março de 2025, o IPCA registrou uma alta de 0,56%, pressionada especialmente pelos preços dos alimentos, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, o indicador perdeu força em comparação com o mês de fevereiro, quando a inflação havia sido de 1,31%. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA soma 5,48%.

Para tentar controlar a inflação, o Banco Central vem utilizando como principal ferramenta a taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 14,25% ao ano. O aumento dos preços dos alimentos, da energia e as incertezas econômicas globais fizeram com que o BC elevasse a taxa em mais um ponto percentual em março, marcando o quinto aumento consecutivo em um ciclo de contração da política monetária. O Comitê de Política Monetária (Copom) informou que a economia brasileira segue aquecida, embora com sinais de desaceleração, e que os núcleos da inflação continuam em alta.

Em relação à política de juros, o Copom sinalizou que, na próxima reunião de maio, a elevação da Selic será feita em menor magnitude, mas não forneceu previsões sobre o futuro imediato. O mercado financeiro estima que, até o final de 2025, a Selic suba para 15% ao ano. Para os anos seguintes, as previsões são de redução gradual, com a taxa caindo para 12,5% em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028.

A alta da Selic tem impacto direto sobre a economia, pois encarece o crédito e estimula a poupança, ajudando a conter a demanda aquecida. No entanto, também pode dificultar a expansão econômica, pois eleva os custos de financiamento para empresas e consumidores.

Além da inflação, o crescimento da economia, medido pelo Produto Interno Bruto (PIB), foi projetado em 2% para 2025, mantendo-se a mesma previsão para os dois anos seguintes, 2026 e 2027. O PIB brasileiro cresceu 3,4% em 2024, marcando o quarto ano consecutivo de expansão econômica. Já a cotação do dólar é esperada em R$ 5,90 ao fim de 2025, e em R$ 5,95 em 2026.

Redação Pec&AgrBr

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