A falta de energia elétrica por cerca de 10 horas provocou a morte de 4 mil frangos em uma granja localizada na zona rural de Anápolis, no centro de Goiás, na última segunda-feira (21). Segundo o gerente da propriedade, Fernando Rarytton, a interrupção no fornecimento teve início por volta das 8h, após um estralo no transformador.

“Quando foi de manhã, por volta das 8h, a gente percebeu um estralo no transformador, aí a gente viu que estava sem energia. A gente ligou para o patrão, ele entrou em contato com a Equatorial, aí por volta de 12h eles vieram, aí trocaram uma chave que visivelmente estava estourada, só que não olhou o restante da rede”, relatou Fernando.

O proprietário da granja, Paulo Olímpio Maia, afirmou que o problema se estendia além do transformador. “Houve o rompimento de um fio, esse fio próximo ao transformador foi religado, só que o problema não era simplesmente esse, ao longo da rede rompeu em outros lugares e eles não fizeram essa aferição”, contou.

Fernando explicou que a energia é essencial para o funcionamento dos aviários. “Os frangos na idade em que eles estão, com 37 e 38 dias, precisam de uma temperatura de 23 °C e 24 °C dentro do aviário. Quando falta energia, a gente não tem água porque a água é do poço, eles passam sede, passam por estresse devido ao calor, a gente não tem ventilação, aí por isso causa a morte”, detalhou.

O gerente destacou que a situação não é inédita. “O caso não é pontual e se repete quase toda semana. A gente consegue ressarcir com geradores e outras coisas que a gente tem na fazenda para poder ajudar no manejo com as aves. Ontem, nós ligamos cedo, e eles vieram por volta de 12h. Ainda tinha uma fase de energia, que estava ajudando a manter os frangos. Mas depois que eles mexeram na rede, sem falar com ninguém e foram embora, perdemos todas as fases de energia. Foi a hora que o gerador não suportou e os frangos começaram a morrer”, relatou.

A Equatorial Goiás informou, em nota, que a ocorrência foi registrada às 13h28 e o fornecimento restabelecido às 18h20 do mesmo dia. A companhia declarou ainda que entrou em contato com o proprietário para informar sobre uma sobrecarga na rede e que o cliente está cadastrado como residencial, e não como comercial.

Sobre os prejuízos, a Equatorial afirmou que, conforme regulação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o ressarcimento é previsto apenas para danos elétricos diretamente causados por oscilações na rede. No entanto, destacou que cada caso pode ser analisado individualmente.

Em 2024, a Equatorial Goiás descumpriu os limites de duração das quedas de energia em 107 dos 147 conjuntos de unidades consumidoras atendidas, segundo dados da Aneel. A frequência máxima de interrupções também foi desrespeitada em 76 desses conjuntos. O caso mais grave ocorreu no conjunto Britânia, onde os consumidores ficaram, em média, 62,2 horas no escuro — quase o triplo do limite permitido de 23 horas.

(Colaborou Karla Araújo)

Confira a nota da Equatorial na íntegra:

*A Equatorial Goiás lamenta os transtornos registrados na zona rural de Anápolis, na última segunda-feira (21). A ocorrência foi registrada às 13h28 e o fornecimento de energia foi restabelecido às 18h20 do mesmo dia. Equipes técnicas foram mobilizadas para atuação no local, onde foi normalizado o fornecimento de energia elétrica do cliente.

Sobre o prejuízo relatado pelo produtor, a distribuidora informa que, conforme a regulação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o ressarcimento é previsto apenas para danos elétricos, diretamente causados por oscilações na rede. No entanto, a companhia reforça que cada caso pode ser analisado individualmente, inclusive aqueles que envolvem perdas indiretas