Com valorização do mel nativo, apicultura ganha força em Goiás

A produção de mel em Goiás registrou um expressivo crescimento de 25,4% entre os anos de 2015 e 2023, alcançando 402,2 toneladas no último ano. Os dados são da 67ª edição do boletim Agro em Dados, divulgado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), e confirmam a consolidação do estado como um dos polos emergentes da apicultura no Brasil.
Esse avanço é atribuído a uma combinação de fatores, incluindo investimentos técnicos, apoio contínuo à agricultura familiar e valorização da cadeia apícola, com ênfase na produção de mel de abelhas nativas como a Jataí e a Uruçu-nordestina. Esse tipo de mel, cada vez mais reconhecido internacionalmente, possui propriedades organolépticas distintas e tem ganhado espaço na alta gastronomia devido ao seu alto valor agregado.
Apesar da predominância da apicultura tradicional, baseada na criação de abelhas do gênero Apis mellifera, a meliponicultura — prática que envolve abelhas sem ferrão — vem ganhando espaço. Embora represente um nicho menor em termos de volume, essa modalidade se destaca pela rentabilidade, já que o mel das abelhas nativas pode atingir preços mais elevados no mercado especializado.
Outro fator que contribui para a valorização da produção goiana é a qualidade do mel resultante da diversidade florística do Cerrado. Essa riqueza botânica influencia diretamente as características do produto final, tornando-o atrativo tanto para o mercado interno quanto para exportação, especialmente em nichos que valorizam produtos naturais, sustentáveis e de origem rastreável.
O crescimento contínuo da apicultura em Goiás demonstra não apenas o potencial produtivo do estado, mas também o impacto positivo de políticas públicas e iniciativas privadas voltadas à diversificação e fortalecimento do agronegócio local.