China mira soja brasileira em meio a tensao com os Estados Unidos

A crescente tensão comercial entre China e Estados Unidos tem gerado impactos significativos no comércio global e pode representar uma oportunidade estratégica para o Brasil. Com as tarifas impostas pelo governo norte-americano à China que ultrapassam os 100%, Pequim intensificou a busca por novos fornecedores, especialmente no setor de grãos. A soja, principal produto da pauta agrícola brasileira, está no centro dessas negociações.
Nesta semana, uma comitiva chinesa deve desembarcar no Brasil para uma reunião com técnicos do governo. O objetivo do encontro é avaliar a capacidade brasileira de suprir uma possível ampliação da demanda por soja por parte do gigante asiático. A reunião será realizada de forma sigilosa, conforme revelou o jornalista Marcelo Dias, do Canal Rural.
O assunto já foi discutido no alto escalão do governo federal. Na última segunda-feira (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, no Palácio da Alvorada. Segundo fontes ligadas ao governo, o encontro teve como pauta principal o posicionamento estratégico do Brasil frente à possibilidade de aumento das exportações para a China.
De acordo com dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em março de 2025 a China manteve-se como o maior comprador do agronegócio brasileiro, com embarques que totalizaram US$ 15,64 bilhões um crescimento de 12,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
A visita da delegação chinesa ocorre em um momento decisivo para o comércio exterior brasileiro, que pode ganhar ainda mais protagonismo no fornecimento global de alimentos, especialmente diante do cenário de instabilidade entre as duas maiores economias do mundo.