Custo de produção de leite sobe 1% em março e acumula alta de 10,7% em 12 meses, diz Embrapa

O custo de produção de leite no Brasil voltou a subir em março, conforme aponta o Índice de Custo de Produção de Leite (ICPLeite), da Embrapa Gado de Leite. A elevação foi de 1,0% no mês, frente aos 0,4% registrados em fevereiro. Com isso, o primeiro trimestre de 2025 acumula alta de 4,7% nos custos. Em doze meses, a inflação no setor já alcança 10,7%.
O principal impacto em março veio do grupo Alimentação Concentrada, que teve aumento de 3,2% no mês e alta em todos os meses do trimestre. O avanço foi puxado especialmente pelos preços do farelo e caroço de algodão, farelo de trigo e fubá, que tiveram elevações de dois dígitos no varejo. A ração para vacas leiteiras também subiu, com reajuste de 1,9%.
Outro grupo com crescimento expressivo foi o de Qualidade do leite, que subiu 2,4%, impulsionado pelo aumento dos preços de produtos sanitizantes. Sanidade e Reprodução e Minerais tiveram reajustes mais modestos, de 0,6% e 0,1%, respectivamente.
Por outro lado, dois grupos apresentaram deflação em março:
-
Volumosos: queda de -1,6%
-
Energia e combustível: redução de -0,5%, após altas nos meses anteriores
No acumulado do trimestre, o grupo Minerais foi o que mais encareceu, com alta de 20,3%, seguido por Mão de obra, com 16,3%. Mesmo os grupos que registraram deflação em março, como Volumosos e Energia e combustível, apresentaram aumentos relevantes no acumulado do ano, de 9,8% e 8,4%, respectivamente.
O grupo Sanidade e Reprodução também pressionou os custos, com inflação de 5,4% no trimestre. Já Concentrado, embora impactante em março, registrou alta moderada no trimestre, de apenas 0,5%, devido à queda no preço da soja. Qualidade do leite foi o único grupo com deflação acumulada no período, com -6,3%.
Na comparação anual, entre março de 2024 e março de 2025, os custos da atividade leiteira aumentaram 10,7%. Quatro dos sete grupos analisados apresentaram alta de dois dígitos:
-
Minerais: 20,7%
-
Volumosos: 14,9%
-
Concentrado: 10,5%
-
Mão de obra: 10,0%
Com elevações mais moderadas ficaram Energia e combustível (7,8%) e Sanidade e Reprodução (2,6%). Qualidade do leite, por sua vez, registrou deflação de -4,1% no acumulado de 12 meses.
Segundo a Embrapa, os dados do Gráfico 4 mostram uma tendência consolidada de aceleração dos custos de produção ao longo de 2024 e início de 2025, com aumentos mensais sucessivos que tornam a atividade leiteira cada vez mais onerosa.