Pecuarista abate 3.000 bovinos e tem prejuízo de US$ 4,09 milhões após “ataque biológico”

O primeiro surto de febre aftosa registrado na Hungria em mais de meio século resultou no abate de milhares de cabeças de gado, prejuízos milionários e forte impacto sobre o comércio agropecuário na região. As autoridades locais não descartam a possibilidade de que o vírus tenha origem artificial, levantando suspeitas de um possível ataque biológico. Cabe ressaltar que, no caso do Brasil, o país

O foco foi detectado no mês passado em uma fazenda de gado no noroeste do país, próxima às fronteiras com Áustria e Eslováquia, segundo comunicado da Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA). Em resposta, o governo húngaro iniciou a eliminação imediata dos animais na propriedade afetada, conforme previsto nos protocolos sanitários da União Europeia, que determinam o abate obrigatório de todos os animais infectados ou expostos em caso de confirmação da doença.

A suspeita de manipulação viral, segundo Gulyás, baseia-se em informações preliminares recebidas de um laboratório estrangeiro, embora ainda sem comprovação documental. A investigação continua em curso, com apoio internacional.

“Nesse estágio, podemos dizer que não se pode descartar que o vírus não seja de origem natural, podemos estar lidando com um vírus criado artificialmente”, declarou Gergely Gulyás, chefe de gabinete do primeiro-ministro Viktor Orbán.

Impactos imediatos

Além do impacto sanitário, o surto teve efeitos econômicos imediatos. O pecuarista Paul Meixner, cidadão austríaco-húngaro dono de uma das propriedades afetadas, foi obrigado a sacrificar 3.000 bovinos, registrando um prejuízo estimado em 1,5 bilhão de forints (cerca de US$ 4,09 milhões). Segundo ele, o abate foi um momento devastador para todos que trabalham na fazenda.

“Todos estavam ali, chorando e dizendo que isso não podia ser verdade, que era impossível”, relatou Meixner. “Em duas semanas, começaremos a colher e armazenar o feno. Precisamos da forragem para o próximo ano.”

A Hungria possui um rebanho bovino de aproximadamente 861.000 cabeças, segundo dados de dezembro passado, o que representa cerca de 1,2% do estoque total da União Europeia. Apesar de não afetar os seres humanos, a febre aftosa provoca febre e lesões na boca e cascos de ruminantes com casco fendido, como bovinos, suínos, ovinos e caprinos. Surtos da doença resultam em restrições comerciais severas, prejudicando exportações e o trânsito de animais vivos.

Fronteiras fechadas e alerta regional para Febre Aftosa

A disseminação da doença levou Áustria e Eslováquia a fecharem dezenas de passagens de fronteira, especialmente após a confirmação de casos também no sul da Eslováquia. A medida visa conter o avanço do vírus e evitar que a epidemia se espalhe para outros países da União Europeia.

Além das perdas diretas com o abate, especialistas alertam para os efeitos secundários na cadeia agropecuária, como interrupção da produção leiteira, suspensão de vendas internacionais e desvalorização do gado restante nas áreas de risco.

Medidas e compensações

O governo húngaro informou que está avaliando mecanismos de indenização aos produtores afetados, embora os valores e prazos ainda não tenham sido definidos. Equipes técnicas também atuam na contenção do foco, com zonas de quarentena e desinfecção de propriedades e veículos em áreas afetadas.

O episódio reacende o alerta sobre a importância da vigilância sanitária permanente e de respostas rápidas em casos de surtos, especialmente diante da possibilidade de manipulação biológica, hipótese que, se confirmada, pode ter implicações internacionais.

Situação da Febre Aftosa no Brasil em 2025​

Em 2025, o Brasil alcançou um marco significativo na luta contra a febre aftosa. Após décadas de esforços contínuos, o país está prestes a ser reconhecido internacionalmente como livre da doença sem a necessidade de vacinação em todo o seu território.

A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) está programada para oficializar o status do Brasil como país livre de febre aftosa sem vacinação em sua assembleia geral de maio de 2025. Este reconhecimento permitirá ao Brasil acessar mercados internacionais mais exigentes, como o Japão e a Coreia do Sul, que valorizam produtos de origem animal provenientes de países com alto padrão sanitário .​

Redação Pec&AgrBr

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