Plano Safra 2025/26 deve priorizar crédito para médio produtor, diz Fávaro

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou nesta quinta-feira (11) que a principal prioridade do próximo Plano Safra será a subvenção das linhas de crédito rural voltadas ao médio produtor. Segundo ele, a intenção do governo é utilizar o máximo possível de recursos do Tesouro Nacional para manter as taxas de juros do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) nos níveis atuais, de 8% ao ano.

“A ideia é que a gente gaste o máximo possível de recursos do Tesouro para manter o Pronamp nos níveis atuais. Mas isso requer muito mais recursos”, declarou o ministro após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em Brasília.

A nova edição do Plano Safra, que entra em vigor a partir de 1º de julho, será formulada em um contexto de aperto fiscal e juros elevados. Com a taxa Selic atualmente em 14,25% ao ano, o custo de equalização de juros para o Tesouro aumentou significativamente. No atual ciclo, com vigência até 30 de junho, foram destinados R$ 65 bilhões ao Pronamp.

Para Fávaro, manter a atratividade do programa é fundamental. “Assim, ele continua sendo bastante atrativo para médios produtores. E podemos então fazer direcionamento para plantar mais arroz, feijão, batata”, explicou.

Já para os grandes produtores rurais, o ministério pretende reforçar o uso de linhas de crédito dolarizadas, que, segundo o ministro, não geram custo para o Tesouro. “A linha dolarizada tem custo zero para o Tesouro, mas juros ainda abaixo de 10%, sendo praticado hoje em 8,5% ao ano e custo da variação cambial para produtores que têm hedge natural”, detalhou Fávaro.

De acordo com o ministro, o objetivo é estruturar um Plano Safra 2025/26 mais robusto do que o atual, mesmo diante dos desafios fiscais. O governo também estuda ampliar a captação internacional de recursos para fortalecer essas linhas de financiamento.

As linhas de crédito dolarizadas hoje são voltadas a investimentos, como compra de máquinas, equipamentos e construção de armazéns, especialmente para produtores com receitas vinculadas à exportação. As taxas variam entre 8% e 9% ao ano.

O Ministério da Agricultura já iniciou diálogos com o Banco do Brasil sobre o tema e deve estender as discussões a outras instituições financeiras para alinhar os termos do novo Plano Safra.

Redação Pec&AgrBr

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