A produção de soja, uma das principais forças do agronegócio brasileiro, exige atenção constante no manejo de doenças para garantir resultados satisfatórios. Essa foi a mensagem central da palestra do pesquisador da Embrapa Soja, Maurício Meyer, realizada nesta terça-feira (09), no Auditório 01 da Tecnoshow COMIGO, em Rio Verde (GO). O evento, que está em sua 22ª edição, segue com programação até sexta-feira (11), no Centro Tecnológico COMIGO (CTC), com duas apresentações diárias.

Durante sua fala, Meyer destacou a necessidade de que os produtores estejam bem-informados sobre as doenças mais comuns que afetam a cultura, além de compreenderem a biologia dos patógenos e as medidas que podem ser adotadas para reduzir perdas.

“O mofo branco e a ferrugem, por exemplo, são doenças foliares que comprometem os resultados do produtor e podem ser identificadas assim que a soja começa a se desenvolver”, explicou o pesquisador.

Ele também alertou para a importância de adaptar as estratégias de controle de acordo com as particularidades de cada lavoura, utilizando técnicas como:

• Manejo integrado de doenças

• Uso de sementes de qualidade

• Rotação de culturas não hospedeiras

• Emprego de cultivares resistentes

• Semeadura direta

• Nutrição equilibrada das plantas

• Manejo das condições físicas do solo

• População adequada de plantas

• Tratamento de sementes

• Controle químico

Meyer ainda reforçou o papel da palhada como aliada no controle de doenças. Segundo ele, a cobertura vegetal no solo forma uma camada protetora que impede o respingo de gotas de chuva, favorecendo também o controle biológico.

“Sem uma abordagem eficaz, isso pode prejudicar o desenvolvimento saudável das plantas”, concluiu.

Brasil como referência global

Além das discussões técnicas, a Tecnoshow também recebeu o ex-ministro Aldo Rebello, que participou do evento a convite da COMIGO. Ele abordou o papel geopolítico do Brasil na produção de alimentos e os desafios enfrentados pelo setor.

“O mundo enfrenta duas agendas cruciais: a segurança energética e alimentar. Não podemos viver sem essas duas questões, e os recursos para produzi-las são limitados. No entanto, o Brasil tem a capacidade de atendê-las”, destacou Rebello.

O ex-ministro ressaltou o reconhecimento da agropecuária brasileira pela ONU como parceira essencial no combate à fome global, sustentada por três pilares principais:

• Abundância de recursos naturais

• Conhecimento em agricultura tropical

• Força de trabalho do agricultor brasileiro

“O agricultor brasileiro é um recurso valioso, com uma mão de obra reconhecida mundialmente. Nós, brasileiros, temos uma conexão única com a produção de alimentos”, afirmou.

Rebello ainda lembrou que, em 2024, a exportação de produtos como soja, milho e carnes foi decisiva para o fortalecimento da economia brasileira e da sua posição no cenário internacional.

“Nossa diversidade produtiva confere ao Brasil uma influência global que muitas vezes subestimamos”, finalizou.

A Tecnoshow COMIGO segue até sexta-feira (11), com extensa programação técnica e institucional voltada para o desenvolvimento do agronegócio.