A colheita de soja em Minas Gerais avança para a reta final, mas os desafios climáticos e econômicos têm preocupado os produtores. Segundo Fábio Meirelles, presidente da Associação dos Produtores de Soja de Minas Gerais (Aprosoja MG), a estiagem prolongada prejudicou a produtividade, especialmente nas lavouras plantadas mais tarde.

De acordo com Meirelles, a seca variou entre 20 e 30 dias de sol intenso nas regiões do Sudeste do estado, comprometendo a fase final da cultura. A retomada das chuvas permitiu alguma recuperação, mas não foi suficiente para evitar perdas. A expectativa é de que a produtividade fique entre 60 e 65 sacas por hectare, com uma redução estimada de até 20% na produção total.

Milho safrinha também pode ter perdas expressivas

A situação do milho safrinha é ainda mais preocupante. Regiões que enfrentaram até 30 dias sem precipitação devem registrar perdas entre 20% e 40%. Além da falta de chuvas, os produtores também lidam com custos elevados de produção, agravados pelo aumento no preço do óleo diesel, pela variação cambial e pela dificuldade de acesso ao crédito agrícola.

Segundo Meirelles, muitos agricultores precisaram recorrer a trocas de insumos para garantir o plantio. “O setor enfrenta uma série de desafios, desde a estiagem até o custo alto de produção. Precisamos de políticas que ofereçam melhores condições de crédito para os produtores rurais”, afirmou.

A previsão é de que a colheita da soja seja concluída até o final de abril. Já no caso do milho, as perdas ainda dependerão das condições climáticas nas próximas semanas.