Preços de soja, milho e trigo abrem em queda na Bolsa de Chicago

As negociações de grãos abriram em queda na Bolsa de Chicago nesta quarta-feira (2), com soja, milho e trigo registrando desvalorizações diante da incerteza gerada por possíveis novas tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos. O anúncio de pacotes tarifários pelo ex-presidente Donald Trump, esperado para esta tarde, aumentou a cautela nos mercados, impactando diretamente as cotações agrícolas.
Além disso, o dólar iniciou o dia em queda diante da perspectiva de uma escalada tarifária, influenciando também as bolsas europeias e asiáticas. O cenário global reflete a tensão no setor agropecuário, que busca entender os impactos das novas medidas comerciais.
Soja recua, mas mantém recuperação da véspera
Os preços da soja para maio foram cotados a US$ 10,2675 por bushel, uma queda de 0,73%. Na terça-feira (1), o mercado registrou recuperação expressiva devido à valorização do óleo de soja, com contratos fechando em alta entre 19 e 22 centavos.
Segundo analistas, caso o cenário sofra mudanças, o mercado pode ver um leve aumento nos preços, impulsionado por fatores como os estoques reduzidos de soja nos Estados Unidos, correções técnicas e a valorização dos derivados da oleaginosa.
Milho em queda diante de tensão tarifária
O milho também apresentou recuo significativo. Os contratos com vencimento em maio, considerados os de maior liquidez, foram negociados a US$ 4,5750 por bushel, representando uma desvalorização de 1,03%.
De acordo com o portal especializado Barchart, o fator que mais pressiona o cereal é a política tarifária agressiva do governo norte-americano, denominada “Dia da Libertação” por Donald Trump, que pode afetar diretamente as exportações agrícolas.
Na terça-feira, os futuros do milho iniciaram abril com alta entre 4 e 8 centavos, mas os juros abertos caíram 1.546 contratos, indicando um volume menor de negociações para maio.
Trigo também opera no vermelho
O trigo seguiu a tendência de queda do mercado, com contratos para maio cotados a US$ 5,3700 por bushel, uma desvalorização de 0,65% em relação ao fechamento anterior.
“O complexo do trigo registra negociações majoritariamente negativas na manhã de quarta-feira nas três bolsas”, informou o boletim da Barchart. Apesar de ter mantido ganhos no fechamento de terça-feira, o cereal pode enfrentar um movimento de baixa ao longo do dia, dependendo das decisões políticas e de seus reflexos sobre as exportações do setor.
Perspectivas para o mercado de grãos
Os desdobramentos das tarifas dos EUA e suas implicações no comércio internacional devem continuar influenciando as cotações agrícolas nas próximas sessões. A volatilidade do mercado segue como um fator determinante para os produtores e investidores, que observam atentamente os movimentos das principais commodities agrícolas no cenário global.