Monitoramento aponta alta população de cigarrinha-do-milho, mas baixa infecção bacteriana

A população de cigarrinhas-do-milho segue alta em Santa Catarina. De acordo com o Programa Monitora Milho SC, a média registrada foi de 98,1 insetos por armadilha, com maior incidência nas cidades de Guatambu, Caxambu do Sul, Planalto Alegre, Xanxerê, Braço do Norte e Canoinhas.

Apesar do aumento na quantidade de insetos, a análise laboratorial indicou que poucos apresentaram a presença das bactérias fitoplasma do enfezamento-vermelho e espiroplasma do enfezamento-pálido. Segundo Maria Cristina Canale, coordenadora do programa e pesquisadora da Epagri, essa é uma notícia positiva, pois essas bactérias são mais agressivas e podem causar danos severos às lavouras. Ela destaca que, nesta fase da safra, é essencial monitorar os sintomas nas plantas que possam ter sido infectadas nas semanas anteriores.

A pesquisadora também reforça a importância do manejo adequado da lavoura no final da safrinha. “É fundamental que não haja plantas voluntárias de milho após a colheita. O produtor deve planejar bem a colheita e regular as máquinas para evitar perdas de grãos, impedindo assim que novas plantas sirvam de ponte verde para a cigarrinha-do-milho entre as safras”, alerta Maria Cristina.

Além disso, os agricultores devem manter o monitoramento contínuo da presença das cigarrinhas na lavoura e acompanhar os informes divulgados semanalmente pelo Programa Monitora Milho SC. O programa coleta e publica dados de todo o estado, permitindo um acompanhamento preciso da evolução da população do inseto e das infecções causadas por ele.

Na última semana, foram detectados casos de vírus do rayado-fino, do mosaico estriado e da bactéria fitoplasma do enfezamento-vermelho em insetos coletados nas cidades de Canoinhas, Major Vieira, Guatambu, Irati e Braço do Norte. Por outro lado, não houve registro da presença do espiroplasma do enfezamento-pálido nem do vírus do mosaico estriado.

Criado em 2021, o Programa Monitora Milho SC surgiu como uma iniciativa do Comitê de Ação contra a Cigarrinha-do-milho e Patógenos Associados. O comitê é formado por diversas instituições, incluindo Epagri, Udesc, Cidasc, Ocesc, Fetaesc, Faesc, CropLife Brasil e a Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária, com o objetivo de fornecer informações e orientar os produtores no combate a essa praga agrícola.

 

Redação Pec&AgrBr

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