Oscilações no mercado de hortaliças e frutas: preços flutuam em fevereiro

O mercado de hortaliças e frutas no Brasil, conforme o 03° Boletim Hortigranjeiro publicado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta quinta-feira (27), apresentou flutuações expressivas nos preços no mês de fevereiro. O documento revela os preços médios e as variações de itens-chave da agricultura, que refletem diretamente fatores de oferta e demanda, além de questões climáticas e sazonais.

Hortaliças: aumento nas cotações e destaque para o tomate

Dentre as hortaliças, o aumento no preço da alface foi o mais expressivo, com uma alta de 24,94%, chegando a R$6,12/kg. Outras hortaliças que registraram aumento foram a cebola (+4,30%) e o tomate (+19,69%), com valores de R$2,38/kg e R$4,01/kg, respectivamente. Já a batata teve uma leve alta de 0,95%, sendo cotada a R$2,22/kg. A cenoura, por outro lado, foi o único produto que registrou queda nos preços, com uma retração de 8,01%, alcançando R$3,13/kg.

No estado de Goiás, os preços das hortaliças seguiram tendências similares. A alface, cebola e tomate tiveram alta, enquanto a batata e a cenoura apresentaram queda nos preços. A batata, especificamente, registrou preços abaixo de 2024 em todas as Centrais de Abastecimento (Ceasas) analisadas, enquanto a comercialização total nas Ceasas teve uma retração significativa nos últimos dois meses.

O impacto das chuvas e a variação de preços no mercado nacional

A cenoura, que manteve uma oferta estável no Brasil, viu os preços sofrerem oscilações conforme os fluxos de abastecimento nas regiões produtoras. As chuvas intensas nas áreas de cultivo impactaram a colheita e reduziram a disponibilidade do produto, o que afetou diretamente as cotações.

Frutas: aumento nas cotações de mamão e melancia e queda na maçã

O mercado de frutas também apresentou volatilidade. O mamão teve uma alta expressiva de 24,62%, atingindo R$5,87/kg, e a melancia valorizou-se 41,39%, sendo comercializada a R$4,23/kg. No entanto, a banana sofreu uma retração de 5,14%, com preço de R$4,45/kg, e a laranja teve uma queda de 6,65%, sendo cotada a R$3,64/kg. A maçã apresentou a maior desvalorização, com uma queda de 14,01%, sendo negociada a R$7,12/kg.

A queda nos preços da maçã é explicada pela maior colheita da variedade gala, que é colhida antes da variedade fuji. Com isso, houve um aumento na oferta do produto nas Ceasas, apesar de uma safra de boa qualidade, favorecida por condições climáticas favoráveis. A comercialização, porém, foi moderada devido à estratégia de estocagem adotada pelas empresas classificadoras, que procuraram regular a oferta e evitar uma queda ainda maior nos preços.

Considerações sobre o impacto das flutuações

Essas flutuações no mercado de hortaliças e frutas apresentam desafios e oportunidades para os produtores e comerciantes. A análise elaborada pelo Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag) aponta que, embora as oscilações de preços possam gerar incertezas, o monitoramento contínuo permite aos agentes do setor se anteciparem às mudanças e tomarem decisões mais estratégicas, o que contribui para o fortalecimento da cadeia produtiva.

Com as variáveis climáticas e de oferta em constante mudança, o setor agrícola brasileiro precisa seguir atento às tendências de mercado, para que a gestão do cultivo e da comercialização se adapte rapidamente às necessidades de consumo e de abastecimento.

Redação Pec&AgrBr

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