Carne bovina brasileira pode entrar no Japão com novas medidas sanitárias

O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, propôs medidas para agilizar a abertura do mercado japonês à carne bovina do Brasil. O tema foi discutido em uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante sua visita oficial a Tóquio.
Entre as ações sugeridas, Ishiba destacou a criação de um grupo de acompanhamento do setor e o envio de especialistas sanitários ao Brasil para coletar informações. O objetivo é avançar nas negociações, que já duram mais de 20 anos, e acelerar a aprovação da carne brasileira no Japão.
O Japão importa cerca de 70% da carne bovina que consome, movimentando US$ 4 bilhões ao ano. Atualmente, 80% desse total vem dos Estados Unidos e da Austrália. A entrada do Brasil nesse mercado dependerá da homologação oficial do status sanitário de país livre de febre aftosa sem vacinação, prevista para maio deste ano pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
Embora o novo status abra portas para mercados exigentes, como Japão e Coreia do Sul, ele também traz desafios, como a necessidade de reforço nos protocolos sanitários. Atualmente, apenas alguns estados brasileiros têm reconhecimento internacional como áreas livres de febre aftosa sem vacinação. Goiás é um dos estados que já possuem essa certificação e deixou de vacinar o rebanho desde 2022.
A carne bovina é o quarto principal produto de exportação do Brasil, atrás apenas da soja, do petróleo bruto e do minério de ferro. A possível abertura do mercado japonês representa uma oportunidade bilionária para o setor pecuário brasileiro, que busca expandir sua presença internacional e consolidar sua competitividade global.