A distribuidora de insumos Agrogalaxy informou, na segunda-feira (24/3), a retomada das operações de recebimento de grãos da safra 2024/25 em suas unidades nos estados de São Paulo e no Paraná. A intenção é manter as relações com atuais clientes, além de gerar caixa para cumprir os compromissos assumidos no processo de recuperação judicial.

Em nota, a empresa comunicou que suas 14 unidades nos dois estados já estão recebendo produto. Como contrapartida, para fechar os negócios, compromete-se a encurtar o prazo de pagamento, que passa a ser feito em até 24 horas após o recebimento.

A companhia também anunciou que pretende estender essas condições para outras regiões do país, como Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Pará e Maranhão. E replicar o modelo para as safras de milho e trigo, que devem começar a entrar no mercado no segundo semestre.

O diretor de grãos da Agrogalaxy, Paulo Paiva, destacou que a empresa tem buscado manter os acordos comerciais, e que o retorno das entregas de soja seria uma demonstração de confiança por parte de produtores rurais.

A distribuidora de insumos está em recuperação judicial desde setembro do ano passado, na tentativa de reestruturar uma operação acumula dívidas calculadas em R$ 4,6 bilhões. Como parte desse processo, a empresa anunciou a redução de sua rede de revendas, com o fechamento de lojas em diversas regiões do Brasil. O plano também foi alvo de ações judiciais, especialmente de bancos.

Na última sexta-feira (21/3) o Agrogalaxy comunicou o adiamento da publicação de seu balanço do quarto trimestre, repetindo o que ocorreu no intervalo de três meses imediatamente anterior. Inicialmente previsto para 27 de março, foi adiado para 22 de abril de 2025. A empresa justificou a medida alegando falta de pessoal para consolidar as informações, após demitir funcionários para cortar custos.

A assembleia-geral de credores foi agendada para os dias 31 de março (primeira convocação) e 9 de abril (segunda convocação). Pelo menos 80 apresentaram na Justiça objeções contra o plano de recuperação da revenda, entre bancos, fornecedores de insumos, transportadores e distribuidores. Todas foram rejeitadas, o que possibilitou que se agendasse o encontro.

Durante a assembleia, os credores decidirão sobre a aprovação, rejeição ou alteração do plano, além da formação do Comitê de Credores e de outros temas.