Nova alta da Selic encarece crédito e acende alerta para o agronegócio

A tomada de crédito deve ficar mais cara neste ano. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central confirmou a elevação da taxa básica de juros em um ponto percentual, levando a Selic de 13,25% para 14,25% ao ano. A decisão, dentro das expectativas do mercado, marca a quinta alta consecutiva da taxa, alcançando o maior patamar desde 2016.
Para o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, o Banco Central deve reduzir o ritmo das elevações nas próximas reuniões, com aumentos de meio ponto percentual, chegando a uma Selic em torno de 15% ou 15,25%. “Esse patamar deve se manter por alguns meses e ter impacto direto no crescimento econômico, especialmente no segundo semestre”, afirmou. Segundo ele, após esse ciclo altista, a tendência é de desaceleração da economia em 2025 e possivelmente em 2026.
Preocupações à vista A ata da última reunião do Copom, anunciada na última quarta-feira (19), trouxe a preocupação do Banco Central com a inflação, que está acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O comunicado também indicou que, se o cenário econômico se confirmar, um novo ajuste, mas de menor magnitude, poderá ocorrer na próxima reunião, marcada para maio.
Impactos no agronegócio O setor agropecuário deve sentir de forma direta os reflexos desse novo aumento da Selic. Com juros mais altos, o custo do crédito para investimentos e custeio da produção tende a subir, podendo desestimular a expansão e modernização das atividades no campo. “O produtor rural precisará rever seu planejamento financeiro, buscando alternativas para reduzir despesas e otimizar recursos”, alertou Vale.
A expectativa do mercado agora se volta para as próximas reuniões do Copom, que poderão trazer novas sinalizações sobre o rumo da política monetária e seus impactos no desempenho econômico do país.