Abate de fêmeas atinge maior patamar desde abril/24 e reforça pressão no mercado

Em fevereiro de 2025, os abates de fêmeas no Brasil atingiram o maior patamar desde abril de 2024, representando 43,82% do total, segundo a consultoria Agrifatto, com base em dados preliminares das operações em plantas com Serviço de Inspeção Federal (SIF). No mês passado, 983,5 mil fêmeas foram enviadas ao abate, 2,41 pontos percentuais acima da participação registrada em janeiro/25 e o maior nível desde março/23.
Apesar do aumento na participação, o número total de fêmeas abatidas recuou 0,8% em relação a janeiro/25. Já o abate de machos teve uma queda mais acentuada, de 10%, totalizando 1,261 milhão de cabeças. Com isso, o volume total de bovinos abatidos em fevereiro/25 foi de 2,244 milhões de cabeças, 6,1% a menos que em janeiro/25 e 2,9% abaixo do registrado em fevereiro/24.
De acordo com a Agrifatto, a média diária de bovinos abatidos cresceu em fevereiro/25, alcançando 93,59 mil cabeças/dia, um aumento de 1,71% em relação ao mês anterior. Esse crescimento reflete o menor número de dias úteis em fevereiro, o que intensificou o ritmo diário dos abates.
No acumulado do primeiro bimestre de 2025, o total de bovinos abatidos em plantas SIF foi de 4,63 milhões de cabeças, 0,40% abaixo do registrado em 2024, configurando o segundo maior número de abates para um primeiro bimestre da história.
A maior participação de fêmeas nos abates impactou os preços. O valor da vaca gorda registrou uma desvalorização de 3,89% em fevereiro/25 na comparação com janeiro/25, enquanto o boi gordo teve queda de 2,14% no mesmo período.
A conjuntura reforça a percepção de um mercado pressionado para baixo pelo grande volume de animais ofertados, o que pode influenciar a dinâmica do setor pecuário nos próximos meses.