Guerra Comercial dos EUA Impulsiona Agronegócio Brasileiro, Afirma SLC

A intensificação da guerra comercial entre Estados Unidos e China tem favorecido o agronegócio brasileiro, afirmou Aurélio Pavinato, CEO da SLC Agrícola (SLCE3.SA), uma das principais produtoras de grãos e algodão do Brasil. Em teleconferência realizada na última quinta-feira (13), Pavinato destacou que a crescente demanda chinesa por produtos agrícolas tem consolidado o Brasil como fornecedor estratégico de alimentos.

Cenário Internacional

A disputa comercial ganhou novos contornos na semana passada, quando a China impôs tarifas de 10% a 15% sobre US$ 21 bilhões em produtos agrícolas americanos, como carne e soja, em resposta a medidas do governo de Donald Trump. Esse cenário reforça a posição do Brasil no mercado global, com potencial para ampliar a exportação de grãos.

Segundo Pavinato, a China deve importar cerca de 80 milhões de toneladas de soja brasileira em 2025, enquanto a aquisição de soja dos Estados Unidos deve se limitar a 21 milhões de toneladas. A menor dependência do país asiático em relação ao mercado americano, já observada desde a guerra comercial de 2018-2019, tem fortalecido a competitividade brasileira.

Impactos no Mercado Brasileiro

O CEO da SLC Agrícola também ressaltou que a situação tem elevado os prêmios da soja brasileira em relação aos preços de referência de Chicago, com possibilidade de aumento de até 10%, refletindo a nova tarifa chinesa sobre a soja americana. Além disso, a China tem reduzido a dependência do milho dos EUA, abrindo mais oportunidades para o Brasil, que em breve poderá suprir toda a demanda chinesa por algodão.

Perspectivas para o Futuro

Pavinato ponderou que a principal incerteza reside na possibilidade de um novo acordo entre China e EUA, semelhante ao firmado durante o primeiro governo Trump. Um entendimento desse tipo poderia prejudicar a posição brasileira, ao estimular a China a aumentar suas compras dos Estados Unidos. No entanto, ele acredita que o contexto atual é mais complexo e envolve questões geopolíticas que devem manter o Brasil em vantagem.

“Pode haver um acordo, mas a agricultura não seria seu pilar. A guerra comercial de 2025 parece muito mais geopolítica do que comercial”, concluiu Pavinato.

Redação Pec&AgrBr

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