Cotas para Exportação: Um Tiro no Pé do Agro Brasileiro

Por Maycon Henrique Tombini
O governo Lula estuda criar cotas para a exportação de carne, ovos, açúcar e café, impondo um imposto para quem vender acima do limite. A justificativa? Aumentar a oferta no mercado interno e reduzir o preço dos alimentos. Mas, na prática, essa ideia está longe de ser uma solução e pode prejudicar seriamente o agronegócio brasileiro.
A restrição à exportação não vai gerar mais alimentos nem torná-los mais baratos. O que realmente acontece quando o governo interfere dessa forma no mercado? O produtor perde o incentivo para produzir, o investimento no setor diminui e o Brasil perde competitividade no cenário internacional. Em vez de fortalecer o agro, essa medida enfraquece um dos setores que mais sustentam a economia do país.
O agronegócio brasileiro não chegou ao topo por acaso. Ele cresceu com base no esforço dos produtores, na inovação e na conquista de mercados internacionais. Impor barreiras às exportações é desestimular esse crescimento e abrir espaço para que outros países ocupem o lugar do Brasil no comércio global. Quem garante que, depois de perder clientes no exterior, será fácil recuperá-los?
Além disso, essa proposta não é bem vista nem mesmo dentro do próprio governo. Ministérios importantes, como o da Agricultura, da Fazenda e da Indústria, já se posicionaram contra a ideia. Se há uma forte oposição dentro do próprio governo, é sinal de que a medida não se sustenta economicamente.
O caminho para reduzir o preço dos alimentos não é a imposição de barreiras e impostos, mas sim a redução da burocracia, dos tributos e do custo de produção. O governo precisa facilitar a vida do produtor, não criar mais dificuldades. O agro é a força do Brasil e precisa ser valorizado, não sabotado por políticas equivocadas.