Brasil, 7 de março de 2025 – As importações chinesas de soja registraram alta de 4,4% nos dois primeiros meses de 2025, somando 13,61 milhões de toneladas, conforme dados da alfândega do país. Esse crescimento foi resultado de aquisições antecipadas feitas junto aos Estados Unidos, mas especialistas alertam para uma possível desaceleração nas compras a partir de março.

Os números de janeiro e fevereiro são divulgados conjuntamente para minimizar distorções causadas pelo feriado do Ano Novo Lunar. No ano passado, compradores chineses elevaram a demanda por soja norte-americana diante da possibilidade de novas barreiras comerciais. No entanto, atrasos na liberação alfandegária impactaram o tempo de chegada dos carregamentos.

A oferta interna de soja na China também foi prejudicada pelo aumento no processamento de farelo de soja e pelo atraso nos embarques do Brasil, o que levou algumas unidades de esmagamento a reduzirem suas operações temporariamente.

Além disso, as relações comerciais entre China e Estados Unidos seguem tensas. Nesta semana, Pequim elevou em 10% as tarifas sobre a soja americana e restringiu compras de três grandes exportadoras dos EUA, como retaliação às medidas protecionistas adotadas por Washington.

Para reduzir os impactos da oferta reduzida, o governo chinês anunciou a ampliação do seguro para os custos de produção de soja e medidas para diminuir a dependência do farelo de soja na produção de ração animal.

Diante desse cenário, analistas projetam que as importações chinesas de soja em março fiquem abaixo de 6 milhões de toneladas, um volume próximo das 5,54 milhões de toneladas registradas no mesmo período do ano passado. O setor segue atento aos desdobramentos do comércio internacional e seus impactos no fluxo de importação ao longo de 2025.