Por Maycon Henrique Tombini

A recente proposta de aumento no número de deputados federais, em negociação com o Supremo Tribunal Federal (STF), levanta uma questão crucial para o futuro da política brasileira: precisamos realmente de mais parlamentares ou de representantes mais comprometidos com setores essenciais para o país, como o agronegócio?

O argumento central para a ampliação das cadeiras na Câmara dos Deputados está baseado no crescimento populacional e na necessidade de uma representação proporcional mais equilibrada. No entanto, aumentar o número de parlamentares sem uma mudança estrutural na forma como eles atuam é apenas inflacionar a máquina pública sem oferecer benefícios reais ao setor produtivo e à sociedade como um todo.

O Brasil já possui um dos sistemas legislativos mais caros do mundo. O Congresso Nacional consome bilhões de reais anualmente em salários, benefícios, verbas de gabinete e auxílios diversos. O agronegócio, que carrega grande parte da economia nacional nas costas, precisa de representantes comprometidos com a defesa do setor, e não de um inchaço político que trará mais despesas e pouca efetividade.

O problema da política nacional não é a falta de deputados, mas sim a falta de compromisso de muitos deles com os setores que realmente movimentam o Brasil. O agronegócio sofre com legislações desfavoráveis, burocracia excessiva e ataques ideológicos, enquanto muitos parlamentares gastam seu tempo em disputas políticas infrutíferas e sem conexão com a realidade do campo.

Ao invés de aumentar o número de parlamentares, o foco deveria estar na valorização de representantes que realmente defendam os interesses dos produtores rurais, do setor agrícola e da economia nacional. É essencial que tenhamos políticos alinhados com o desenvolvimento do agronegócio, garantindo segurança jurídica, incentivos para produção e exportação e redução da burocracia que trava investimentos no setor.

O Brasil precisa de qualidade na política, não de quantidade. Mais deputados não significam necessariamente mais representatividade para o agronegócio, mas sim mais gastos públicos. O compromisso dos parlamentares com o setor produtivo e com o desenvolvimento nacional deve ser a verdadeira prioridade.

Cabe aos eleitores do campo e da cidade refletirem sobre essa questão e exigirem que seus representantes defendam reformas que tornem o sistema político mais eficiente e menos oneroso, ao invés de apenas expandi-lo sem garantias de melhoria efetiva para o agronegócio e para o país.