China suspende importação de soja brasileira de cinco grandes tradings

A Administração Geral de Alfândega da China (GACC) suspendeu embarques de soja de cinco empresas com operações no Brasil, após alegação de que cargas recebidas não atendiam aos requisitos fitossanitários.

Segundo a informação disponível até agora, os embargos teriam começado ainda em 8 de janeiro com as empresas China da Terra Roxa Comércio de Cereais, Olam Brasil e C.Vale Cooperativa Agroindustrial.

Já em 14 de janeiro, a alfândega chinesa suspendeu também as remessas da Cargill Agrícola SA e da ADM do Brasil.

De acordo com o órgão do país asiático, algumas cargas teriam contaminação química, de pragas ou de insetos. A China é o principal destino da soja exportada pelo Brasil com 73% do total embarcado pelo país.

As empresas afetadas ainda não se pronunciaram sobre o tema.

Cargill, ADM e Olam são três das 10 maiores tradings de grãos do mundo, respectivamente, em primeiro, terceiro e nono lugares em 2023. Juntas essas três companhias movimentaram mais de US$ 310 bilhões naquele ano.

Contexto político

O novo obstáculo ocorre poucas semanas após anúncio da autoridade chinesa de uma “ampla investigação” sobre importação de carne bovina.

Além disso, a China registrou a maior safra de sua história em 2024 e há um ambiente de incerteza sobre o livre comércio mundial desde a eleição de Donald Trump, que assumiu a presidência dos Estados Unidos na última segunda-feira.

A informação foi divulgada inicialmente pela Reuters e confirmada pela Agência Safras.

Nota oficial do Mapa

O Ministério de Agricultura e Pecuária (Mapa) divulgou há poucos minutos que governo brasileiro recebeu da GACC duas notificações sobre a detecção de não conformidades encontradas em carregamentos de soja exportadas por unidades de cinco empresas brasileiras.

Segundo o Mapa, no total, são cinco unidades de cinco empresas. “Assim outras unidades das empresas notificadas seguem exportando normalmente para a China, sendo as suspensões são válidas apenas para as 5 unidades oficialmente notificadas”, informa.

Dessa maneira, os volumes negociados pelo Brasil não seriam afetados em função da suspensão temporária de tais unidades.

“Assim como no Brasil, a China realiza monitoramentos de rotina nos produtos importados, sendo que foi detectada a presença de soja com revestimento de pesticidas e de pragas quarentenárias nos carregamentos avaliados pelas autoridades chinesas”, detalha o Mapa.

O Mapa tanbém informou que o intercâmbio de informações sobre os resultados dos monitoramentos de produtos importados entre Brasil e China faz parte da rotina das ações de fiscalização, “destacando os sólidos canais de comunicação, transparência e confiança existentes entre os dois países”.

De forma a viabilizar uma investigação rápida as unidades notificadas foram suspensas temporariamente, sendo que as ações para avaliação dos casos já estão em curso.

A suspensão temporária das unidades das empresas foi comunicada previamente pela GACC ao lado brasileiro, demonstrando confiança no sistema de inspeção brasileiro e na robustez do trabalho realizado pelo governo brasileiro e pelos exportadores.

Redação Pec&AgrBr

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