Rações suspeitas causam morte de ao menos 650 cavalos em sete estados, incluindo Goiás

Pelo menos 650 cavalos morreram nos últimos dois meses, em diversos estados brasileiros, supostamente após consumirem rações fabricadas pela Nutratta Nutrição Animal Ltda., empresa com unidade em Itumbiara, no sul de Goiás. Só no estado de São Paulo, 290 óbitos foram registrados. A situação é considerada crítica e gerou forte comoção entre criadores e entidades do setor.
As informações foram levantadas pela advogada Maria Alessandra Agarussi, que representa criadores afetados. Em entrevista ao portal Metrópoles e confirmada ao Mais Goiás, ela revelou a gravidade dos impactos. “É incalculável se contar a perda genética e sentimental. Animais únicos da raça mangalarga marchador foram a óbito. Não tem como repor esta genética. Em termos materiais, da ordem de milhões”, afirmou.
O caso está sendo apurado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que no início de junho suspendeu a comercialização da ração envolvida nas suspeitas. A Nutratta, por sua vez, nega os números apresentados, mas confirma estar colaborando com o Mapa. A empresa afirma também que adotou medidas de autocontrole e investiga o que pode ter ocorrido. A nota oficial da companhia está disponível ao final da matéria.
Além de Goiás e São Paulo, há registros de mortes de equinos em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Alagoas, Bahia e Rio Grande do Norte. No estado goiano, o criador Weder Silva, que tem uma propriedade em Goiânia, relatou ter sofrido grandes perdas. “Prejuízo muito grande. Nem sei como te falar o tamanho do problema que essa empresa está causando em Goiás e no Brasil inteiro. Uma tragédia”, lamentou.
A situação gerou comoção no setor agropecuário e a expectativa é que novas análises laboratoriais e auditorias do Ministério da Agricultura tragam mais detalhes sobre a origem dos problemas nas rações. Enquanto isso, criadores seguem mobilizados e acionando a Justiça em busca de responsabilização e indenizações.