Por Maycon Tombini

O Brasil só tem comida na mesa porque tem produtor no campo. Mas parece que o governo federal esqueceu disso. Enquanto o agronegócio segura a economia, o apoio prometido virou discurso vazio. O produtor, que deveria ser valorizado, está sendo ignorado.

Faltam investimentos. Faltam políticas públicas. E o que sobra é burocracia. A realidade é dura: quem produz está cada vez mais abandonado. Órgãos como a Conab e o IBGE, que deveriam oferecer dados confiáveis para orientar o setor, recebem cada vez menos investimento. O resultado? Números imprecisos, diagnósticos equivocados e decisões mal direcionadas, que prejudicam diretamente o produtor — especialmente o pequeno agricultor familiar, que tem menos margem para suportar erros vindos de cima.

E o abandono é geral. Do agricultor familiar ao grande produtor, todos enfrentam os mesmos obstáculos: falta de crédito, infraestrutura precária, insegurança no campo e ausência de incentivos. Não importa o tamanho da propriedade — quem planta e cria está na linha de frente, lidando com um governo que impõe regras, mas desaparece quando é hora de apoiar.

Essa negligência vai além da incompetência — é um ataque direto a quem sustenta o país. O campo alimenta a população, gera empregos e movimenta a economia. Mas, em vez de receber apoio, é tratado com desprezo.

É hora de virar esse jogo. O Brasil precisa de uma política agrícola robusta, com planejamento de longo prazo, crédito facilitado, assistência técnica eficiente e investimento em dados confiáveis para tomada de decisão. É preciso olhar com mais atenção para o agricultor familiar, base da segurança alimentar do país. Precisamos de menos burocracia e mais parceria com quem produz. Não se constrói um país forte sem fortalecer o campo. O agricultor brasileiro merece respeito — e ação.