Preço do feijão cai até 8% em Goiás com avanço da safra e consumo retraído

Os preços do feijão registraram novas quedas no mercado brasileiro, conforme apontado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Mesmo com os produtores mantendo-se firmes nas pedidas, sobretudo para os lotes de melhor qualidade — como o feijão carioca de peneira 12 e/ou notas 9 ou superior —, o avanço da oferta e a demanda enfraquecida têm gerado pressão sobre os valores praticados.
Segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), até o dia 13 de abril, 79,2% da área plantada com feijão da primeira safra no Brasil já havia sido colhida. A projeção para o restante do ano indica estabilidade na disponibilidade interna do grão, com leve recuo de 0,9%. Apesar das segundas e terceiras safras esperadas serem menores, a produção da primeira safra deverá garantir o abastecimento nacional.
Outro fator que contribui para o recuo nos preços é o aumento expressivo da oferta de feijão preto, com expectativa de crescimento de cerca de 20% em 2025. A ampliação desse volume disponível no mercado também influencia negativamente os preços do feijão carioca.
Em Goiás, os efeitos dessa pressão já são notados. Na região Leste Goiano, o preço do feijão caiu de R$ 268,12 em 1º de abril para R$ 249,70 em 14 de abril — uma redução de quase 7%. No Centro/Noroeste Goiano, o recuo foi ainda mais acentuado: de R$ 257,32 em 25 de março para R$ 237,14 em 14 de abril, o que representa uma queda de aproximadamente 8%.
O cenário reflete uma combinação entre a oferta crescente no mercado e o consumo mais cauteloso, o que deverá manter os preços sob pressão no curto prazo, mesmo com a resistência de parte dos produtores em reduzir os valores de venda.