Lula defende neutralidade do Brasil entre EUA e China: “Queremos negociar com todos”

Durante declaração à imprensa nesta terça-feira (22), ao lado do presidente do Chile, Gabriel Boric, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou que o Brasil não pretende tomar partido entre Estados Unidos e China. Segundo ele, o país quer manter relações diplomáticas e comerciais com ambos os gigantes econômicos e não fará escolhas baseadas em preferências ideológicas.

“Eu quero vender e comprar”, afirmou Lula. “Eu não quero fazer opção entre Estados Unidos ou China. Eu quero ter relações com os Estados Unidos, quero ter relação com a China. Eu não quero ter preferência sobre um ou sobre outro. Quem tem que ter preferência são os meus empresários que querem negociar.”

O chefe do Executivo criticou o retorno de políticas protecionistas por parte dos EUA, que, segundo ele, contradizem os princípios da globalização e do livre comércio propagados desde os anos 1980. “Na hora que você tem um presidente da República de um país importante, como os Estados Unidos, que resolve estabelecer a discussão favorável à política protecionista, contrário a tudo o que foi falado para nós desde os anos 1980, globalização e livre comércio, e de repente nada disso vale a pena, e o que vale a pena é o protecionismo”, pontuou.

Lula também afirmou que o Brasil não busca protagonismo político na América Latina. “O Brasil, por si só, já é grande. O Brasil não precisa dessa disputa. O Brasil precisa apoiar que as coisas sejam feitas pelas melhores pessoas possíveis”, disse.

O presidente reforçou a importância da diversificação de parceiros comerciais como estratégia para o desenvolvimento econômico do país. “Senão vamos continuar mais um século pobre”, alertou. Segundo ele, as instituições multilaterais foram historicamente moldadas para beneficiar países colonizadores, e não os emergentes.

Ao final do encontro, Lula convidou Boric a participar da próxima Cúpula do Brics, além de sugerir sua presença na Cúpula Celac-China, em Pequim. O presidente brasileiro ainda comentou que o assessor especial Celso Amorim poderia intermediar uma reunião entre o presidente chileno e o líder chinês Xi Jinping.

Redação Pec&AgrBr

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