Mercado do boi gordo mantém alta com demanda interna e exportações aquecidas

O mercado do boi gordo segue com uma tendência de alta nas principais praças pecuárias do Brasil, impulsionado pela combinação de escalas curtas de abate, uma demanda aquecida no mercado interno e as perspectivas de crescimento nas exportações. De acordo com levantamento da consultoria Safras & Mercado, frigoríficos continuam operando agressivamente para adquirir boiadas, com o objetivo de atender à demanda da primeira quinzena de abril.

A expectativa é de que a redução das chuvas prevista para as próximas semanas impacte negativamente as pastagens, o que pode forçar os pecuaristas a acelerar as vendas e movimentar ainda mais o mercado de boi gordo. As cotações da arroba do boi gordo seguem firmes nas principais regiões produtoras do país. Confira os preços médios registrados nesta segunda-feira, 31 de março:

  • São Paulo: R$ 320,00/@

  • Goiás: R$ 310,54/@

  • Minas Gerais: R$ 301,47/@

  • Mato Grosso do Sul: R$ 310,23/@

  • Mato Grosso: R$ 310,61/@

Em São Paulo, conforme dados da Scot Consultoria, os preços continuam em alta, com a arroba do boi gordo “comum” cotada a R$ 317/@, a vaca gorda a R$ 284/@, a novilha a R$ 297/@ e o “boi-China” a R$ 320/@. O indicador Datagro registrou uma alta de 1,85% na última semana de março, fechando a sexta-feira (28/3) a R$ 319,13/@. Já o Cepea apontou um avanço de 1,35%, com cotação de R$ 314,86/@.

Além da demanda interna, que se mantém aquecida, as exportações também têm sido um fator importante para sustentar o preço do boi gordo. O Brasil firmou, na última sexta-feira (28/3), um acordo comercial com o Vietnã, visando ampliar o acesso da carne bovina brasileira ao país asiático. Os primeiros frigoríficos brasileiros devem ser habilitados para exportar para o Vietnã em um prazo de três a seis meses, o que deve aumentar ainda mais a competitividade do mercado externo.

O Vietnã, com uma população de 101,3 milhões de habitantes, consome cerca de 430 mil toneladas de carne bovina anualmente, sendo 34% desse total proveniente de importações. O Brasil, atualmente responsável por 11% das compras vietnamitas de produtos de origem animal, tem potencial imediato para fornecer 50 mil toneladas anuais de carne bovina ao Vietnã, o que representaria 30% das importações do país asiático e 1,5% das exportações brasileiras de carne bovina em 2024. No longo prazo, essa participação pode aumentar significativamente, com a projeção de até 182 mil toneladas anuais até 2035.

O mercado do boi gordo no Brasil tem se comportado de forma firme ao longo de março, com as médias da arroba em São Paulo oscilando entre R$ 309,20 e R$ 312,95. Pecuaristas têm mantido uma postura firme nas negociações, limitando a oferta e forçando os frigoríficos a ajustar os preços com cautela. No mercado atacadista, os preços da carne bovina também permanecem estáveis, com cortes como o quarto traseiro cotado a R$ 25,50/kg, o quarto dianteiro a R$ 18,50/kg e a ponta de agulha a R$ 17,50/kg.

Além disso, as exportações brasileiras de carne bovina seguem em ritmo acelerado. De acordo com dados da Secex, até a terceira semana de março, a média diária das exportações foi 51% superior ao volume registrado no mesmo período de 2024. Os preços em reais também estavam 24% maiores, o que reforça a expectativa de que o mercado do boi gordo se mantenha firme, com uma tendência de alta no curto prazo. A combinação de demanda interna aquecida, oferta controlada, exportações robustas e a abertura de novos mercados, como o Vietnã, deve sustentar o crescimento dos preços nos próximos meses.

Redação Pec&AgrBr

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