Preços do boi gordo caem com escalas confortáveis e consumo lento

Os preços do boi gordo registraram nova rodada de queda nesta semana, influenciados pelas escalas de abate alongadas nos frigoríficos e pelo consumo doméstico ainda abaixo do esperado para o período. De acordo com analistas do setor, o mercado físico segue pressionado, com negociações abaixo da referência em diversas praças pecuárias.

Segundo levantamento da Scot Consultoria, em São Paulo, a arroba do boi gordo caiu R$ 2, sendo negociada a R$ 225 no mercado à vista. Em outras regiões, como Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais, também foram observadas desvalorizações entre R$ 1 e R$ 3 por arroba.

A combinação de escalas de abate mais folgadas e o ritmo fraco de escoamento da carne no mercado interno tem limitado o apetite comprador dos frigoríficos, o que reflete diretamente nas cotações“, explica a consultoria.

As escalas de abate, em muitos casos, estão completas por até oito dias, o que dá margem para os frigoríficos pressionarem os preços pagos aos pecuaristas. A fraca demanda por carne bovina no varejo, agravada por fatores econômicos como o endividamento das famílias e a concorrência com proteínas mais baratas, também colabora para o cenário de baixa.

No mercado futuro, os contratos do boi gordo na B3 acompanharam o movimento de queda, com o vencimento para maio operando abaixo de R$ 230 por arroba, refletindo a cautela dos agentes e a ausência de sinais de recuperação imediata.

Exportações de carne bovina seguem em bom ritmo, especialmente para a China, mas ainda não são suficientes para reverter o excesso de oferta no mercado interno. “Enquanto o consumo interno não reagir, o mercado seguirá pressionado”, concluem analistas.

A expectativa dos pecuaristas é que, com a virada do mês e o recebimento dos salários, haja um leve alívio na demanda, o que poderia sustentar os preços. No entanto, por ora, o cenário é de cautela e pouca margem para recuperação no curto prazo.

Redação Pec&AgrBr

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