O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) iniciou nesta semana uma missão de negócios em Angola com o objetivo de fortalecer as relações entre Brasil e o país africano na área do agronegócio. A comitiva, liderada pelo ministro Carlos Fávaro, é composta por cerca de 30 produtores e empresários do setor rural, e busca identificar oportunidades de investimento e promover a transferência de tecnologia para a agricultura tropical.

“Estamos aqui na segunda visita a Angola em cinco meses buscando reverter o tempo perdido. Entendemos que há oportunidades recíprocas para os dois países. O Brasil já passou por esse processo de transformação no campo e pode colaborar com Angola por meio da experiência da Embrapa”, destacou Fávaro.

A missão começou pela capital angolana, Luanda, e seguirá com visitas técnicas a propriedades nas províncias de Malanje e Cuenza Norte, com retorno previsto à capital ao fim da semana. Um dos pontos centrais da agenda é a possibilidade de atuação efetiva da Embrapa em território angolano, com pesquisadores contribuindo diretamente para o desenvolvimento da agropecuária local.

“Angola vive um momento de grande transformação e aposta na diversificação de sua economia, tendo a agricultura e a agroindústria como pilares desse processo”, reforçou o secretário de Estado de Agricultura e Pecuária de Angola, Castro Paulino Camarada.

A delegação brasileira também visitou o porto de Luanda, que concentra 80% das exportações e importações do país. No local, o grupo conheceu um dos principais moinhos de trigo do país, cuja empresa busca parcerias para expandir operações com outras culturas, como feijão e arroz.

O produtor Carlos Simon, de Lucas do Rio Verde (MT), integra a missão e avalia o potencial do país africano: “Já existe agricultura aqui, já estamos sabendo, mas temos que conhecer mais a fundo. Com certeza existe jeito para tudo”.

Entre os acordos firmados entre os dois países está a facilitação da entrada da Embrapa, que nos próximos meses terá presença permanente em Angola. “Superamos as burocracias e os pesquisadores da Embrapa poderão estar aqui, auxiliando e transferindo tecnologia”, afirmou Fávaro.

A iniciativa reforça a estratégia do Brasil de ampliar sua influência e cooperação técnica no continente africano, especialmente por meio de sua reconhecida expertise na agricultura tropical.