Quais são os sintomas da gripe aviária?

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou, na sexta-feira, 17 de maio, o primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial no Brasil. O caso foi identificado em um estabelecimento localizado no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. Desde maio de 2023, quando o vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) foi detectado no país, os registros estavam restritos a aves silvestres.

Diante da confirmação, foram acionadas as medidas de contenção previstas no Plano de Contingência Nacional do Setor Saúde para Influenza Aviária, incluindo o abatimento dos animais infectados, com o objetivo de evitar a disseminação do vírus entre outras aves.

A gripe aviária é causada por cepas do vírus influenza que geralmente circulam entre aves, podendo eventualmente infectar outras espécies, inclusive humanos. No Brasil, até o momento, não há registro de transmissão entre pessoas. Casos em humanos são raros e normalmente estão associados ao contato direto com animais contaminados.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 2003 e o final de 2023, foram registrados 939 casos humanos de gripe aviária em 24 países, resultando em 464 mortes — uma taxa de letalidade de 49%. Ainda assim, especialistas reforçam que o risco à população em geral permanece baixo.

— O risco e o impacto para os brasileiros hoje é muito mais comercial do que de saúde propriamente dito. A princípio, o vírus da gripe aviária não foi feito para contaminar o humano, nós não somos bons para esse vírus, não temos receptores para ele — explica Rosana Richtmann, médica do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo.

Quais são os sintomas da gripe aviária?

Embora a transmissão entre humanos não seja comum, trabalhadores em contato direto com aves infectadas podem ser contaminados. De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), os principais sintomas da gripe aviária incluem:

  •  Vermelhidão ocular (conjuntivite);
  •  Sintomas respiratórios leves semelhantes aos da gripe comum;
  •  Pneumonia com necessidade de hospitalização;
  •  Febre ou sensação febril;
  •  Tosse;
  •  Dor de garganta;
  •  Nariz entupido ou escorrendo;
  •  Dores musculares ou no corpo;
  •  Dor de cabeça;
  •  Fadiga;
  •  Falta de ar ou dificuldade para respirar.

Outros sintomas menos frequentes também podem ocorrer, como náusea, vômito, diarreia e convulsões. É importante destacar que a febre nem sempre está presente nos casos.

Como ocorre a transmissão?

O vírus pode ser expelido pelas aves por meio da saliva, secreções nasais e fezes. A infecção em humanos pode acontecer quando o vírus entra nos olhos, nariz ou boca, seja por contato direto com aves infectadas, seja pela inalação de partículas virais presentes no ambiente. O risco aumenta em locais onde há criação de aves em grande escala, como granjas e fazendas.

Existe tratamento?

O tratamento pode ser feito com o antiviral oseltamivir, conhecido comercialmente como Tamiflu. Nos casos leves, o medicamento é administrado por via oral, duas vezes ao dia, durante cinco dias. Pacientes hospitalizados podem necessitar de um período mais longo de tratamento, conforme avaliação médica.

Até o momento, o cenário no Brasil é controlado, com as autoridades sanitárias monitorando os focos e executando as ações recomendadas para contenção. A população em geral não precisa adotar medidas adicionais, mas profissionais que trabalham com aves devem manter rigorosos protocolos de biossegurança.

Redação Pec&AgrBr

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