Mercado da soja enfrenta desafios climáticos e pressão nos preços

A safra brasileira de soja está passando por desafios climáticos significativos que afetam diretamente a produção e o mercado. Nas regiões Centro-Norte, incluindo partes de Minas Gerais, chuvas intensas têm atrasado a colheita, enquanto no Sul, especialmente no Paraná, a estiagem levanta preocupações sobre a produtividade das lavouras. O Departamento de Economia Rural (Deral) já registrou perdas mesmo com apenas 2% da área colhida.

No cenário internacional, o International Grains Council (IGC) aumentou suas estimativas para a produção mundial de soja, consolidando expectativas de uma safra recorde para 2024/25. No Brasil, a projeção é de alcançar 170 milhões de toneladas, refletindo o otimismo dos principais agentes do mercado.

Apesar desse panorama positivo, o mercado interno brasileiro enfrenta desafios. O contrato de março de 2025 para a soja na Bolsa de Chicago (CBOT) encerrou a semana com alta de 0,88%, cotado a US$ 10,35 por bushel. No entanto, a combinação da rolagem de contratos e a valorização do real frente ao dólar, que caiu 0,49% e fechou em R$ 6,07, exerceu pressão negativa sobre os preços no mercado físico brasileiro.

Perspectivas para a semana

As condições climáticas continuarão sendo um fator determinante para o mercado de soja. Previsões do National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) indicam a continuidade de chuvas nas principais regiões produtoras do Brasil, o que, embora reduza o risco de estiagens, pode causar excesso de umidade em algumas lavouras, atrasando ainda mais a colheita.

Na Argentina, o clima apresenta sinais de melhora, sugerindo uma possível recuperação no potencial produtivo da safra. Caso essa recuperação se confirme, poderá haver uma pressão de baixa nos preços internacionais dos derivados de soja, devido ao aumento da oferta global.

Com o avanço da colheita no Brasil, espera-se uma maior disponibilidade de soja no mercado. Essa tendência pode exercer pressão de baixa tanto nos preços FOB quanto na CBOT, especialmente se as condições climáticas favorecerem o progresso dos trabalhos de campo. O câmbio deve permanecer estável no curto prazo, sem grandes influências sobre as negociações no mercado interno.

Redação Pec&AgrBr

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