Por Maycon Tombini

Na última semana, Iporá (GO) entrou para a história com uma mobilização clara e firme: o campo não vai mais aceitar ser tratado como fonte de receita para um governo que não entende as dificuldades do produtor rural. O tratoraço, que reuniu dezenas de produtores, caminhoneiros e apoiadores, não foi apenas mais uma manifestação — foi um grito por dignidade e respeito.

Eu estive presente e posso garantir: quem trabalha no campo não quer vantagem, quer sobreviver e produzir para alimentar o país. Não dá para continuar enfrentando seca, juros altos e dificuldades para acessar crédito enquanto o governo aumenta impostos e joga a conta nas costas de quem não para de trabalhar.

A securitização, tão necessária para transformar dívidas rurais em títulos negociáveis e garantir acesso a crédito digno, não é privilégio — é uma alternativa vital para aliviar o endividamento crescente e permitir que o produtor respire para continuar produzindo.

Ao mesmo tempo, vemos impostos como o IOF sobre a LCA prejudicarem diretamente pequenos e médios produtores, comprometendo a sustentabilidade do setor e ampliando a insegurança no campo. É inadmissível!

A mobilização em Iporá não é isolada. É parte de uma luta que vem ganhando força em estados como Rio Grande do Sul, Bahia e Pará. O recado é claro: o campo não vai continuar pagando a conta por uma gestão pública ineficiente e inchada.

Eu reafirmo o que disse nas ruas de Iporá: esta mobilização é legítima, justa e urgente. O Brasil não sobreviverá sem quem planta, cria e transporta. Queremos menos impostos, mais respeito e securitização para continuar sustentando este país. O campo não vai recuar!