Agro critica planejamento fiscal do governo após suspensão no Plano Safra

A Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) afirmou em nota, nesta sexta-feira (21), que “os produtores rurais não podem ser penalizados pelo desequilíbrio econômico e pela falta de planejamento orçamentário do governo federal”. A manifestação ocorre após a suspensão de novas contratações de crédito rural subvencionado no âmbito do Plano Agrícola e Pecuário 2024/2025, a partir desta data. O documento é assinado pelo presidente da Faeg, José Mário Schreiner.
Conforme a Faeg, a medida impõe um impacto severo aos produtores rurais, que dependem desses recursos para garantir a produção e a continuidade de suas atividades. A falta de previsibilidade e planejamento compromete o setor agropecuário, fundamental para a economia do País e para a segurança alimentar da população.
“O crédito rural é um dos pilares do agronegócio brasileiro e sua interrupção abrupta prejudica, sobretudo, os pequenos e médios produtores, que encontram dificuldades em acessar financiamentos privados”, diz. O Mais Goiás também tentou contato com o presidente José Mario, mas foi informado que a Faeg só se manifestaria por nota.
Setor culpa governo
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, atribui a medida a não aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) deste ano, mesma justificativa do Tesouro, que também cita a elevação da taxa Selic como razão para apertar o dinheiro disponível para o governo movimentar. O setor, por sua vez, afirma que a culpa é do planejamento fiscal do governo federal. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), principal representante do setor no País, se manifestou.
“O produtor rural não pode ser prejudicado pelos entraves na aprovação do LOA e pela falta de planejamento perante os desafios fiscais enfrentados atualmente. A CNA entende as dificuldades orçamentárias, porém sugere que o governo reveja a decisão e garanta os recursos prometidos”, escreveu em nota.
A Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA) também divulgou nota criticando a medida. Resultado da “falta de responsabilidade fiscal do governo e pela desvalorização da moeda”, afirmou. Sobre a não votação do orçamento, diz que “culpar o Congresso Nacional pela própria incapacidade de gestão dos gastos públicos não resolverá o problema”.