Pirataria de sementes de soja gera prejuízo de R$ 10 bilhões por ano no Brasil

A pirataria de sementes de soja tem causado um prejuízo bilionário para o agronegócio brasileiro. Um estudo inédito divulgado nesta quarta-feira (2) pela Croplife Brasil, em parceria com a consultoria Céleres, revelou que a prática ilegal de comercialização e uso de sementes sem certificação impacta diretamente a rentabilidade dos produtores, o avanço tecnológico e a competitividade do setor. De acordo com o levantamento, as sementes piratas ocuparam 11% da área plantada com soja na safra 2023/24, o equivalente a mais de 4 milhões de hectares, e provocaram perdas estimadas em R$ 10 bilhões anuais.
O estudo destaca que essa área afetada pela pirataria de sementes equivale ao total cultivado no estado do Mato Grosso do Sul no mesmo período. Além dos prejuízos financeiros, o mercado ilegal representa riscos fitossanitários, favorecendo a disseminação de pragas e doenças, além de comprometer a produtividade das lavouras.
Potencial de ganhos com o fim da pirataria
O estudo também aponta que, caso a pirataria de sementes fosse erradicada, o setor teria um incremento de receita de R$ 9,2 bilhões anuais, distribuídos da seguinte forma:
- R$ 2,5 bilhões em ganhos diretos para os produtores;
- R$ 4 bilhões para o setor de produção de sementes certificadas;
- R$ 1,2 bilhão para a agroindústria de farelo e óleo de soja;
- R$ 1,5 bilhão em aumento das exportações do agronegócio brasileiro.
Desafios e combate à pirataria
A pirataria de sementes compromete anos de investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novas cultivares, além de fragilizar a rastreabilidade e a segurança jurídica do setor. Para conter a prática ilegal, especialistas apontam a necessidade de um reforço na fiscalização, ações conjuntas entre setor público e privado e campanhas de conscientização voltadas aos produtores rurais.
Segundo a Croplife Brasil, fortalecer o mercado legal de sementes é fundamental para garantir a sustentabilidade e a competitividade do agronegócio nacional. A erradicação da pirataria traria benefícios não apenas para os produtores, mas para toda a cadeia produtiva, assegurando maior segurança alimentar, qualidade das lavouras e uma melhor imagem do Brasil no mercado internacional.