Mercado da soja inicia semana sem direção em Chicago com incertezas comerciais

Nesta segunda-feira (7), os futuros da soja iniciaram o dia operando sem uma direção clara na Bolsa de Chicago. Por volta das 7h20 (horário de Brasília), as cotações da oleaginosa mostravam movimentações mistas: o contrato para maio subia 0,50 ponto, cotado a US$ 9,77 por bushel, enquanto o vencimento para agosto recuava 1,75 ponto, negociado a US$ 9,89.
Os mercados internacionais continuam reagindo aos desdobramentos da guerra comercial, fator que tem gerado instabilidade e incerteza entre investidores e analistas. A soja tenta se equilibrar entre movimentos distintos observados nos derivados, com queda acentuada no óleo de soja – que registrava desvalorização superior a 2% – e alta de 0,8% no farelo, especialmente entre os contratos mais negociados.
A pressão adicional vem da Ásia, que retomou suas atividades após o feriado na China na última sexta-feira (4). Com isso, as bolsas asiáticas abriram em forte queda, buscando se ajustar às perdas registradas nos mercados ocidentais ao final da semana passada. Segundo o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa, essa retomada pós-feriado influencia diretamente no comportamento dos mercados financeiros e agrícolas.
“O retorno da Ásia faz com que os mercados busquem uma equalização diante da forte baixa da última sexta. Além disso, há divergências nas análises de economistas americanos e europeus sobre os impactos tarifários nas economias globais, principalmente nos Estados Unidos”, explica Sousa. Segundo ele, as preocupações abrangem fatores como juros, inflação, recessão e os desdobramentos sobre a oferta e demanda.
Sousa também ressalta que, entre as commodities agrícolas, a soja é a que apresenta maior potencial de queda no curto prazo. “Entretanto, ainda temos muita água para rolar. O clima nos Estados Unidos será um fator determinante e precisa ser acompanhado de perto nas próximas semanas”, conclui.