Drone agrícola do mundo enfrenta dificuldades, e startup brasileira demite 130 funcionários após captar R$ 19 milhões

A startup brasileira Psyche Aerospace, sediada em São José dos Campos (SP), protagoniza um dos casos mais emblemáticos de altos e baixos no setor de tecnologia para o agronegócio. Conhecida por desenvolver o Harpia P-71 — considerado o maior drone agrícola do mundo —, a empresa anunciou a demissão de 130 funcionários após enfrentar dificuldades para colocar o projeto em operação.
O Harpia P-71 foi apresentado como uma revolução no campo: com autonomia de voo de até 10 horas, capacidade para pulverizar 40 hectares por hora e transportar até 400 kg de defensivos agrícolas, a aeronave gerou expectativas elevadas entre produtores e investidores. A startup ainda prometia inovar com o uso de inteligência artificial, por meio da plataforma Turing, apelidada de “ChatGPT do agro”, capaz de fornecer diagnósticos em tempo real para otimização da produção.
Apesar das promessas e da captação de R$ 19 milhões em investimentos, a empresa não conseguiu avançar na escala comercial do drone. Fontes ligadas à Psyche relatam problemas técnicos e operacionais que inviabilizaram a entrega dos resultados esperados.
As demissões foram confirmadas nesta semana, mas a empresa ainda não emitiu um posicionamento oficial detalhado sobre o futuro do Harpia P-71 ou dos demais projetos em desenvolvimento.
O caso da Psyche Aerospace evidencia os riscos enfrentados por startups de base tecnológica, especialmente aquelas que operam em setores de alta complexidade como o agro. Ainda não está claro se haverá uma reestruturação para tentar salvar o projeto ou se os investimentos serão encerrados.