Alta no preço do leite beneficia produtores, mas Goiás ainda tem menor valorização

O preço do leite pago ao produtor registrou uma alta de 3,3% em fevereiro, atingindo uma média nacional de R$ 2,7734 por litro, de acordo com levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. Em relação ao mesmo período do ano anterior, a valorização acumulada chega a 18,1%. Entretanto, em Goiás, os valores seguem abaixo da média nacional, ficando em R$ 2,6988 por litro.

A principal causa da elevação dos preços foi a queda na oferta de leite no mercado, influenciada por condições climáticas adversas, como seca e calor intenso, que impactaram negativamente a produção. O Índice de Captação de Leite (ICAP-L) registrou uma redução de 4,6% de janeiro para fevereiro, com Goiás apresentando uma das maiores quedas do país, chegando a 9%. No Sul do Brasil, a redução foi de 6%.

Outro fator que impulsionou a valorização do leite foi o aumento da demanda por lácteos. Produtos como leite UHT e queijo muçarela tiveram crescimento nos preços no atacado paulista. No cenário internacional, as exportações brasileiras de leite cresceram 27% em fevereiro, totalizando 6,2 milhões de litros em equivalente leite. Por outro lado, as importações também aumentaram 3,76%, alcançando 216,2 milhões de litros.

De acordo com o Boletim de Mercado do Setor Lácteo Goiano, publicado em março, houve variações nos preços dos derivados lácteos. Produtos como leite em pó integral (+0,53%), queijo muçarela (+2,25%) e leite UHT integral (+4,35%) tiveram aumento nos preços. No entanto, o creme a granel apresentou queda de 0,57%, e o leite condensado registrou uma redução mais expressiva de 5,22%.

Apesar do aumento no preço do leite, o setor tem enfrentado desafios devido à maior entrada de lácteos importados, o que dificulta o repasse dos custos de produção para o consumidor final. Indústrias do setor relataram que os canais de distribuição têm resistido a novos reajustes de preço, limitando os ganhos dos produtores.

Para os próximos meses, a expectativa é de uma retomada gradual na produção, impulsionada por condições climáticas mais favoráveis e melhora na rentabilidade dos produtores. Caso essa tendência se confirme, os preços podem se estabilizar, reduzindo a pressão sobre o mercado nacional de leite.

Redação Pec&AgrBr

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