Projeto busca expandir bioinsumos brasileiros no mercado global

Brasília, 28 de maio de 2025 — O mercado global de bioinsumos, estimado entre US$ 13 e 15 bilhões em 2023, pode alcançar US$ 45 bilhões até 2032, segundo novas projeções. Para garantir protagonismo brasileiro nessa expansão, foi lançado nesta terça-feira (27), em Brasília, o Projeto Bioinsumos do Brasil, iniciativa conjunta da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) com a CropLife Brasil.
A proposta tem como objetivo fortalecer a presença internacional das empresas brasileiras do setor por meio de ações estratégicas como participação em feiras, rodadas de negócios, missões comerciais, promoção institucional e estudos de mercado. O primeiro passo será o desenvolvimento da marca institucional do projeto.
Segundo levantamento da CropLife Brasil, em parceria com a Blink, a taxa média de adoção de produtos com matéria-prima natural no país subiu de 23% para 26% da área plantada, evidenciando os avanços no uso dos bioinsumos em solo nacional. O setor mantém um ritmo de crescimento expressivo, com média anual de 22% nos últimos três anos — desempenho quatro vezes superior à média global.
O diretor-presidente da CropLife Brasil, Eduardo Leão, destacou o papel do país na liderança da produção de bioinsumos. “O Brasil é uma das agriculturas mais competitivas do mundo e a maior agricultura tropical. Temos um imenso potencial de exportar bioinsumos produzidos aqui, com 90% da matéria-prima nacional”, afirmou. Segundo ele, de mil produtos atualmente registrados no Brasil, metade foi lançada nos últimos três anos. “A expectativa é que, na próxima década, o Brasil represente um terço da produção mundial desses insumos.”
Na última safra, enquanto o mercado de proteção de cultivos — que inclui tanto produtos químicos quanto biológicos — cresceu 7%, o setor de bioinsumos teve avanço superior a 35%, consolidando-se como uma das tecnologias mais promissoras do agronegócio brasileiro. Leão atribui esse desempenho a três pilares: a qualidade técnica dos produtos, a competitividade econômica e a crescente adesão a práticas de produção de baixo impacto ambiental, cada vez mais exigidas no Brasil e no exterior.
Para Rodrigo Rollemberg, secretário de Descarbonização e Economia Verde do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, a iniciativa representa uma oportunidade estratégica para o país. “É um projeto importante para mostrar ao mundo a verdadeira agricultura brasileira, com legislação ambiental avançada, tecnologia de ponta e agora bioinsumos. Podemos inverter a lógica de dependência de insumos, reduzindo custos e promovendo sustentabilidade. É uma chance de reposicionar a imagem do Brasil na COP deste ano,” afirmou.
O Brasil já conta com mais de 170 empresas produtoras de bioinsumos e um portfólio que ultrapassa mil produtos registrados, consolidando sua posição como polo de excelência em soluções sustentáveis voltadas à agricultura tropical.
O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, ressaltou a importância da parceria entre governo e setor produtivo. “Essa cooperação sempre foi fértil e, no caso dos bioinsumos, tem potencial para se expandir ainda mais. Em um momento em que eventos climáticos ganham centralidade no debate global, essa conexão com a natureza é essencial. A agricultura brasileira está preparada para os desafios, e projetos como esse precisam florescer,” afirmou.
A estratégia inicial do Projeto Bioinsumos do Brasil prevê foco nos mercados agrícolas da América Latina, Estados Unidos e Europa, consolidando o país como protagonista na exportação de soluções agrícolas de baixo impacto ambiental.