Emater-DF e Embrapa promovem oficina sobre manejo de trigo no Cerrado

Na última quarta-feira (19), extensionistas da Emater-DF se reuniram com pesquisadores da Embrapa Cerrados, em Planaltina-DF, para uma oficina de atualização sobre a tecnologia do cultivo de trigo no Cerrado. O encontro teve como foco o aprimoramento do manejo da cultura, visando fortalecer a parceria entre técnicos e produtores da região.
O pesquisador Júlio Albrecht destacou a importância do trabalho conjunto para alcançar produtividades recordes, relembrando a trajetória do trigo no Cerrado ao longo das últimas quatro décadas. “No começo, enfrentamos muita dificuldade, mas sempre acreditamos no potencial do trigo dentro do sistema de produção do Cerrado. Hoje, vemos o crescimento e o arrojo dessa cultura tanto na safrinha quanto em áreas irrigadas”, afirmou.
Álvaro Marinho, supervisor regional oeste da Emater-DF, ressaltou a oficina como ferramenta de qualificação contínua para a assistência aos produtores. “O trigo tem se comportado muito bem na nossa região, o que abre inúmeras possibilidades para os pequenos produtores”, completou.
Programação técnica Durante a oficina, os pesquisadores Jorge Chagas e Angelo Sussel compartilharam informações técnicas essenciais. Chagas abordou o panorama do trigo no Brasil e destacou os dois principais sistemas de cultivo no Cerrado: o sequeiro e o irrigado. Explicou práticas de manejo, como o escalonamento da semeadura, adubação do solo, controle de plantas daninhas e manejo da irrigação.
Foram apresentadas cultivares desenvolvidas pela Embrapa para o Cerrado: BRS 404 para cultivo em sequeiro e BRS 254, BRS 394 e BRS 264 para o sistema irrigado — esta última se destacou em 2024, atingindo produtividades superiores a 135 sacas por hectare.
Angelo Sussel, por sua vez, abordou o manejo fitossanitário, com foco em insetos-praga como lagartas, pulgões e percevejos, além de doenças como brusone, giberela e ferrugem da folha. Ele destacou a importância do manejo integrado, que envolve a rotação de culturas, o uso de sementes tratadas e o monitoramento fitossanitário desde a semeadura.
Com a oficina, a Emater-DF reforça seu compromisso em qualificar seus extensionistas, garantindo um suporte técnico cada vez mais eficiente aos produtores da região.