Ministro da Agricultura anuncia contenção de foco de gripe aviária no Rio Grande do Sul

Em audiência pública realizada nesta terça-feira (28) na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, anunciou que o foco da gripe aviária identificado no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, está oficialmente contido.
“Apesar de estarmos no quinto dia útil depois da desinfecção total da granja e 15 dias do aparecimento do foco, eu posso assegurar com muita tranquilidade que o foco de Montenegro está contido”, declarou o ministro durante sua fala aos senadores.
Fávaro destacou que o episódio evidencia a eficácia do sistema sanitário brasileiro. Segundo o Ministério da Agricultura, um total de 540 estabelecimentos rurais foram identificados em um raio de 10 quilômetros ao redor da granja afetada. Todos já foram vistoriados, sendo que apenas dois, além do foco original, atuam com avicultura comercial.
“O principal ponto que temos que ressaltar foi a capacidade do bloqueio desse foco. Imediatamente se instalou sete barreiras sanitárias e medidas de proteção aos trabalhadores. Ontem, 21 casos estavam em investigação e dez já foram descartados hoje. Tínhamos duas granjas e, agora, só uma permanece sob investigação”, informou.
O ministro ainda adiantou que o Brasil deverá anunciar oficialmente estar livre da doença em pouco mais de 20 dias, conforme os protocolos sanitários exigem. “Passados 28 dias do último caso registrado, que é o período de incubação do vírus, vamos de novo anunciar o Brasil livre de gripe aviária. A tendência é muito forte de que isso aconteça nos próximos 23 dias”, afirmou.
Após a identificação do foco da doença, 24 países suspenderam temporariamente as importações de carne e ovos do Brasil. Dentre esses, 13 limitaram a suspensão apenas aos produtos oriundos do Rio Grande do Sul. Fávaro disse que o governo está trabalhando para retomar as exportações: “Vamos avançar na repactuação com todos os países que restringiram a compra”.
O ministro comparou a situação brasileira com a dos Estados Unidos, que, dois dias antes da confirmação do foco em Montenegro, enfrentaram um surto que levou ao abate de 700 mil aves. No caso brasileiro, 17 mil aves foram abatidas. “Se tivesse escapado esse foco em Montenegro para outras regiões do país, teríamos outros casos de mortalidade. Novos casos letais poderiam surgir em 4 ou 5 dias, mas isso não foi registrado. Isso mostra a capacidade do sistema de controle sanitário brasileiro e de como ele funcionou”, explicou.
Fávaro lembrou que o vírus da gripe aviária circula globalmente há pelo menos 30 anos e que há 19 anos há registros da doença em granjas comerciais. “O Brasil, nesse período, se tornou o único grande produtor mundial de carne e ovos sem o vírus em seus plantéis comerciais, e isso não é coincidência”, disse.
A influenza aviária, conhecida como gripe aviária, afeta principalmente aves, mas também já foi detectada em mamíferos, incluindo bovinos. A transmissão ocorre pelo contato direto com aves doentes ou por meio de água e materiais contaminados.
Apesar da atenção redobrada com os casos, o Ministério da Agricultura garante que carnes e ovos seguem seguros para o consumo, desde que preparados de forma adequada. A população deve seguir as orientações das autoridades sanitárias e manter-se informada sobre as medidas preventivas.